O deputado Eduardo Botelho foi ouvido na manhã desta segunda-feira (14) e era dele o depoimento que faltava para encerrar o cronograma de oitivas de investigados na Operação Bônus, conforme informou o promotor de Justiça, Marcos Bulhões, coordenador do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO).
A ação corresponde a segunda fase da Operação Bereré, que investiga desvio de recursos públicos por meio de contratos fraudulentos entre a empresa EIG Mercados e o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Ao fim dos interrogatórios, o promotor confirmou que o parlamentar é o último a ser ouvido na investigação, mas não comentou sobre o teor dos esclarecimentos prestados pelo interrogado.
“O depoimento é a oportunidade que todo investigado tem de dar sua versão. Tudo o que ele diz é colocado no papel. Cabe a ele trazer demonstrações do que está dizendo”, afirmou.
Questionado sobre o depoimento do empresário e ex-diretor da EIG, Jose Kobori, Bulhões informou que a oitiva se estendeu até altas horas na sexta-feira (11), mas que será reunido aos autos do processo, que é público.
Indagado sobre possíveis tratativas para acordo de delação com algum dos investigados, o representante do Ministério Público Estadual (MPE) desconversou e disse que não iria comentar sobre o tema.
Operação Bônus
A "Bônus" é beseado nos documentos e depoimentos da operação anterior, a "Bereré", e tem por objetivo desmantelar organização criminosa instalada no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT) para desvio de (até o momento) cerca de R$ 30 milhões, entre 2009 e 2015.
Na primeira fase, os mandados foram cumpridos na Assembleia Legislativa de Mato Grosso e na casa de Savi e Eduardo Botelho (DEM). O ex-deputado federal Pedro Henry é alvo também. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (DEM), é outro investigado.
O governador Pedro Taques (PSDB) decretou a intervenção do Estado no contrato que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) havia firmado com a EIG Mercados para registro dos contratos de financiamento de veículos com cláusula de alienação fiduciária, de arrendamento mercantil, de compra e venda com reserva de domínio ou de penhor no Estado. A empresa foi alvo da ‘Operação Bereré’ e é apontada como pivô do esquema que teria desviado R$ 27,7 milhões.
Pela segunda fase da operação estão presos: Mauro Savi, Paulo Taques, Pedro Jorge Zamar Taques, Roque Anildo Reinheimer e Valter José Kobori.
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