A mãe do aluno bombeiro Rodrigo Claro, morto após treinamento do Corpo de Bombeiros em 2016, Jane Patrícia Claro, relembrou a partida de seu filho na tarde desta quarta-feira (18), dia em que ele completaria 22 anos. O protesto, em que os familiares cobraram Justiça pela morte do jovem, ocorreu na Praça Ipiranga, em Cuiabá, com presença da mãe, avô e demais familiares. A Associação de Familiares Vítimas da Violência (AFVV) também participou do movimento.
A manifestação ocorreu uma semana após a tenente Izadora Ledur, responsável pelo treinamento em que Rodrigo morreu, voltou as atividades “como se nada tivesse acontecido”. “Meu filho recebeu pena de morte. Já à tenente, todos os privilégios. Ela tendo a liberdade dela de voltar ao trabalho, estão dando carta branca para ela continuar cometendo os crimes que ela cometeu com nosso filho e outros jovens”, declarou a mãe, emocionada.
Jane ainda escreveu uma comovente carta, na qual relembra os passos do filho desde o seu nascimento. Na carta, Jane conta a profunda dor sofrida no dia da notícia da morte de Rodrigo Claro, em 15 de novembro de 2016, às 22 horas. Na carta, Jane afirmou que dor sofrida por ela só não foi maior que de Maria, mãe de Jesus, ao ver o filho ser crucificado.
"Nesse dia recebi uma notícia que nenhuma mãe gostaria de ouvir, ou seja, que meu filho acabara de falecer. Naquele momento senti meu coração esfriar e ao mesmo tempo, medo, insegurança, dúvidas, por fim tristeza tomaram conta da minha vida. Depois de algumas horas veio a confirmação de que realmente meu filho havia partido desse mundo", disse.
De acordo com Jane, a tristeza veio a se tornar força para continuar lutando para cobrar Justiça. Apesar da lentidão da Justiça, Jane disse acreditar e que ela ainda não teve tempo para ficar de luto pela morte do jovem.
Mesmo sob lágrimas, Jane também questionou a decisão do Tribunal de Justiça de não prender a oficial, pois a medida seria “descabida”. “O que vem a ser cabível nessa situação?”, perguntou.
Para o avô, Jair Patrício Lima, Rodrigo era um jovem que tinha de tudo para ser uma pessoa bem-sucedida na vida e descreveu o perfil dos comandantes do treinamento como “perverso, irresponsável e despreparados”. “Era para treinar pessoas para salvar vidas, e pelo contrário, massacraram e torturaram meu filho até ele vir a perder a vida”, afirmou o avô durante entrevista.
O profissionalismo da tenente também foi alvo de dúvida pelo avô, pois Ledur não poupou a vida nem mesmo de um aluno dos bombeiros, que também é filho de um colega de farda. Para Jair, Ledur não “honra” a farda dos bombeiros. “Se ela não poupou a vida do meu filho, vai poupar a vida de um civil? Isso é inadmissível, esperamos que a justiça seja feita e que ela venha a pagar pelo crime que cometeu”, afirmou.
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