O líder da Minoria na Câmara dos Deputados deputado federal Nilson Leitão (PSDB) é investigado por suspeita de crime de responsabilidade quando foi prefeito de Sinop (500 Km Norte de Cuiabá), entre 2001 e 2008, informa o jornal Estadão desta quinta-feira.
O Ministério Público Federal (MPF) investiga suposto desvio que teria beneficiado o parlamentar em licitação para aluguel de ônibus pela prefeitura do município.
Por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, o MPF foi autorizado a ser informado sobre movimentação financeira da empresa Viação Sinopense entre março de 2001 e janeiro de 2002, após pedido de quebra de sigilo bancário feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel.
“Que seja apurado se os valores pagos pela prefeitura de Sinop foram, posteriormente, repassados ao deputado federal Nilson Aparecido Leitão ou a terceiros por ele indicados”, solicita Gurgel em pedido do final de maio.
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A investigação do procurador-geral partiu da análise da licitação e de auditoria do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), onde Gurgel detectou indícios de irregularidades praticadas pelo então prefeito.
Em 2007, durante a Operação Navalha da Polícia Federal, Leitão, no cargo de prefeito, foi preso por suspeita de estar envolvido em desvio de dinheiro público em obras. Mas, ele não foi denunciado pelo MPF à justiça.
DEPUTADO NILSON LEITÃO
A reportagem ligou para o tucano nesta quinta-feira, mas ele não atendeu. Em contato com sua assessoria, foi informado que “o deputado federal Nilson Leitão não vê problema na decisão do ministro Dias Toffoli e está disponível para esclarecimentos”.
Ainda segundo a assessoria, “não houve qualquer superfaturamento de preços na licitação” investigada pelo MPF. E que o preço questionado é devido o aumento do serviço de transporte escolar.
“Até 2000, o município cuidava do transporte de alunos só até a quarta série. Em 2001, Sinop passou a se responsabilizar também pelo transporte de alunos de quinta a oitava série, aumentando de sete para 16 mil alunos”, explica nota da assessoria. O aumento da demanda justificaria um aditivo feito na licitação.
“Houve uma licitação baseada no número de alunos do ano anterior, que girava em torno de um preço, mas depois, Sinop passou a atender mais estudantes e o número dobrou”, completa.
Ao jornal paulista, o deputado atribuiu a atual investigação, distante, da época em que foi prefeito, à perseguição política.
“O inquérito me estranha. Não sei por que tem que esperar 12 anos. O que motiva isso é o momento, eu ter me tornado deputado e líder da oposição, estou criticando o governo”, informa. “Se tivesse o rabo preso, acha que me exporia desse jeito?", questiona.
(Com informações do Estadão)
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