A autoridade monetária anunciou leilão ainda na segunda-feira, após a moeda romper os R$ 3,92 no quarto dia seguido de alta, atingido o maior patamar em quase dois meses. Os US$ 2 bilhões, que seriam ofertados em dois lotes para "prover liquidez ao mercado de câmbio, como é normal nesta época do ano", foram vendidos em uma única operação.
O dólar, que na máxima do dia chegou aos R$ 3,9250, logo após a abertura, passou o dia em queda e renovou mínimas próximo ao fechamento, com perspectiva de que se chegue a um acordo sobre o projeto da cessão onerosa. Além disso, operadores apontam que há indicações positivas, por parte da equipe de Jair Bolsonaro a investidores, sobre a agenda de privatizações do novo governo. Na mínima, já próximo do fechamento, o dólar atingiu R$ 3,8709.
O diretor da Wagner Investimentos, José Faria Junior, aponta que, após dias seguidos de saída de estrangeiros e cenário externo desfavorável a emergentes, o que permitiu um avanço continuado do dólar, o mercado fez movimento mais agressivo na segunda para romper o patamar dos R$ 3,85. E corrigiu posição nesta terça, impulsionado pelo Banco Central.
"Foi um gatilho para uma tendência de médio prazo. Mas o movimento de segunda foi exagerado e o mercado recuou com o BC", pontua. Na segunda, o dólar ganhou impulso ainda por um movimento de compra por parte de bancos, em antecipação ao calendário de envio de remessas por empresas ao exterior.
O economista-chefe da Guide Investimentos, Victor Candido, completa que, após dias testando o câmbio, o mercado temeu que manter o dólar em um patamar alto pudesse implicar uma ação mais incisiva do Banco Central, via swap cambial.
Os economistas destacam, contudo, que o cenário para emergentes está prejudicado globalmente, sobretudo os ligados a commodities, e o dólar tem se mantido forte. Assim, a moeda americana deve se manter acima dos R$ 3,85. Nesta terça, o petróleo voltou a cair após a alta de segunda. E já acumula um recuo de 20,8% no mês, acompanhando a perspectiva de desaceleração global da economia nos próximos anos, gatilho para uma fuga a risco.
(Com Agência Estado)
Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.
Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.
Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.