O rendimento médio de quem está trabalhando alcançou o recorde de R$ 3.457. Com a ocupação e a renda em alta, a massa de salários em circulação na economia renovou a máxima da série, chegando a R$ 354,605 bilhões no trimestre terminado em maio.
Os dados fortes da pesquisa reforçam a dinâmica positiva do mercado de trabalho, avalia a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário. "De maneira geral, o cenário é de um mercado de trabalho bastante aquecido, com renda em alta", diz ela, prevendo que a taxa de desemprego feche o ano em 5,5%. "Esse crescimento do nível de ocupação também deve ajudar a estimular a atividade econômica, embora dificulte o controle da inflação, especialmente a de serviços."
O resultado mostra que a taxa de desemprego desceu bem próximo ao piso histórico de 6,1% registrado no trimestre encerrado em novembro de 2024. Passado o período de demissões de trabalhadores temporários, a série histórica da Pnad Contínua indica uma tendência sazonal de estabilidade na taxa de desocupação nessa época do ano, observou William Kratochwill, analista da pesquisa do IBGE. Porém, o resultado mostrou um fôlego maior do emprego. "Nesse trimestre, normalmente temos taxa estável ou de queda", lembrou Kratochwill. "Com a economia fluindo bem como tem fluído nos últimos trimestres, temos a taxa que é praticamente igual ao último trimestre do ano anterior. Temos o mercado aquecido, com resistência aos problemas externos."
Questionado sobre o fato de a taxa de desemprego ter descido já em maio ao segundo menor patamar da série histórica, mesmo nível registrado ao fim de 2024, quando sazonalmente o desemprego costuma ser mais baixo no ano, Kratochwill apontou a influência do bom desempenho da atividade econômica. "O esperado era que a taxa fosse muito parecida com o trimestre anterior, porque historicamente é o que acontece, mas o mercado de trabalho está numa situação melhor do que esteve nos últimos dez anos."
Por ora, segundo ele, não se vê impacto da política monetária contracionista do Banco Centrasl sobre o mercado de trabalho. "Observando os dados, está claro que o mercado de trabalho continua avançando, continua resistindo a essa medida", disse.
Mais de 1,2 milhão de pessoas contratadas
Nos três meses encerrados em maio, de acordo com o IBGE, houve contratação de mais 1,207 milhão de trabalhadores, levando a população ocupada no País a 103,869 milhões de pessoas. E o emprego avançou majoritariamente em postos formais, levando a novos recordes no número de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado e no trabalho por conta própria com CNPJ.
Esse movimento fez com que o total de desempregados diminuísse 8,6% em maio ante fevereiro (o equivalente a 644 mil pessoas) - no mês passado havia 6,828 milhões à procura de trabalho.
Segundo cálculos do pesquisador Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), no mês de maio a taxa de desemprego caiu ao menor patamar da série histórica, para 5,8%, se mensalizada e tendo descontadas as influências sazonais. "Foi a primeira vez, na série histórica de 13 anos e 5 meses da Pnad Contínua, em que a taxa de desemprego mensalizada com ajuste sazonal ficou abaixo de 6%", ressaltou Hecksher.
Na avaliação de William Kratochwill, do IBGE, caso mantenha a atual tendência , o País caminhará para o pleno emprego, "Estamos caminhando para um pleno emprego, seja lá qual for a taxa de pleno emprego para o Brasil", disse ele. "Para o pleno emprego não basta olhar a taxa de desocupação, é preciso analisar não só desocupados, tem que olhar também trabalhadores fora do mercado de trabalho, trabalhadores potenciais, desalentados. Está diminuindo esse contingente."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
(Com Agência Estado)
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