"A escalada da guerra comercial, a incerteza sobre o ponto final das tarifas e seu impacto nos volumes de comércio, cadeias de oferta, investimentos e relações internacionais é um choque econômico significativo", aponta a Fitch.
Somente na América do Norte, as tarifas elevadas devem impulsionar a inflação a 4,3% até o fim de 2025, antes de desacelerar a 3% em 2026, bem acima da meta do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de 2%. A Fitch espera que o BC americano mantenha postura cautelosa neste ano, com apenas um corte de 25 pontos-base (pb), e faça uma redução maior dos juros no próximo ano, de 75 pb.
Além disso, investidores norte-americanos devem monitorar a tramitação do projeto tributário no Congresso dos EUA e qual será o aumento do teto da dívida. A agência nota que, em escala global, riscos políticos e para as finanças públicas seguem elevados.
A Fitch destaca que a queda prevista para os preços do Brent em 2025 - de US$ 79,5 o barril em 2024 para US$ 65 o barril - aumentará as pressões econômicas e fiscais para grandes exportadores. Somado aos cortes em auxílio internacional dos EUA, isso ampliará riscos para mercados emergentes, aponta o relatório. "Em contraste, a depreciação do dólar alivia o peso sobre mercados emergentes com dívidas denominadas na divisa americana e dá algum espaço para que seus bancos centrais reduzam juros rapidamente", pondera.
Em média, as perspectivas de ratings estão "equilibradas", diz a Fitch, com 13 positivas, superando levemente as dez perspectivas negativas. "Rebaixamentos desde 2020 deram espaço para que alguns ratings suportem a piora nas condições de crédito. Respostas políticas devem apoiar os ratings nesses casos", afirmou.
É o caso da China, que teve rating rebaixado para 'A'/estável em abril por "projeção de deterioração acentuada da relação dívida/PIB, a 80% em 2029", que possui espaço para acomodar os riscos fiscais e de tensões comerciais. Para a Fitch, as tarifas, combinadas com demanda doméstica fraca, pesam sobre o crescimento chinês e mantém perspectiva do soberano "em deterioração".
(Com Agência Estado)
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