Há cerca de dois anos o mato-grossense, Felipe Pereira, deixou que o sonho de viver viajando saísse do pensamento e se tornasse realidade. De lá para cá, ele já passou por diversas cidades dos Estados de Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio Janeiro, Minas Gerais e Bahia. Na estrada, ele troca o seu serviço por hospedagem em hostels e já mira em experiências no exterior.
Arquivo Pessoal
Felipe em sua passagem por Minas Gerais
Nascido em Palotina (PR), Felipe residia em Sorriso, desde os sete anos de idade. A família dele mora na cidade até hoje.
Formado em ciências da computação pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), campi Barra do Bugres, o viajante conta que sempre teve a vontade de conhecer muitos lugares e pesquisou antes de largar a vida convencional para se aventurar em destinos desconhecidos.
“Descobri que dava pra viver assim através de experiências de outras pessoas que mostravam que realmente era possível conhecer o mundo com pouca grana e muita força de vontade”, lembra.
A atitude causou certa estranheza na família, que achava arriscado o estilo de vida que ele queria adotar. Mas depois eles aceitaram e apoiaram a decisão de Felipe, pois era o que o deixava feliz.
“Eu me planejei. Juntei um dinheiro durante um ano em que trabalhei na minha área. Vendi a moto que tinha e fui viajar”, lembra.
No decorrer do caminho, Felipe conta que sentiu preconceito e encontrou pessoas que tentavam o desencorajar.
“Pessoas me diziam que isso não iria garantir meu futuro ou que eu iria virar hippie. E que não conseguiria me sustentar. Outros diziam que deveria me casar, comprar uma casa e ter filhos”, revela.
Felipe detalha que busca as oportunidades de trabalho voluntário em sites que fazem cadastro de pessoas que oferecem a mão-de-obra e estabelecimentos que recebem esse tipo de serviço. Um dos locais que o rapaz procura o trabalho é no worldpackers, que é muito utilizado entre os viajantes e é confiável.
“O voluntariado é um trabalho diferenciado. Não é pago valor algum aos voluntários e a carga horária não é a mesma de um trabalho convencional. É feita uma troca de experiências. Eu escolho o trabalho em hostels. Todos oferecem hospedagem. Normalmente também tem café da manhã, mas nem todos oferecem almoço ou jantar”, explica.
O rapaz afirma que, além do voluntariado, já aceitou alguns outros trabalhos temporários para arrecadar dinheiro para outras despesas. Para se deslocar de uma cidade para outra, ele utiliza desde carona até avião, mas sua preferência é pelos ônibus. “Se eu tivesse o estímulo antes e a coragem que tenho agora, teria saído muito mais cedo”, pontua.
Arquivo Pessoal
Outro método de hospedagem procurado por Felipe é o couchsurfing, no qual pessoas do mundo todo oferecem um cantinho nas suas casas de graça para abrigar os viajantes. Além de receber abrigo e conhecer lugares com um custo reduzido, o programa também possibilita fazer amizades pelo mundo todo.
“Amo uma frase de Albert Einstein que diz: ‘uma mente que se abre a uma nova ideia, nunca volta a seu tamanho original’. Quando comecei a viajar pelo Brasil, minha mente se abriu a muitas novas ideias. Modos de vida, culturas e muitas diferenças dentro de nosso próprio país”, resume Felipe sobre o tempo que está nômade pelo Brasil.
No fim do ano, ele voltou para Sorriso visitar a família, mas já está procurando trabalho voluntário em Curitiba (PR) e depois seguir para outras cidades do Paraná. Após a temporada no sul do país, Felipe deve embarcar em um cruzeiro onde já conseguiu trabalho em troca de hospedagem. Para quem se inspirou ou quer conferir um pouco dessa jornada, Felipe compartilha suas viagens em sua página no Instagram.
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