Nagel comentou que não deve haver pressa nesse processo. Ele mencionou citação segundo a qual inovações em infraestrutura financeira precisam ser coordenadas e podem levar mais tempo para implementação, em uma abordagem gradual. E o dirigente acrescentou que isso pode certamente valer também para a infraestrutura de pagamentos.
Segundo Nagel, muitos ainda "têm apenas uma compreensão muito vaga sobre os objetivos e o arcabouço do projeto do euro digital". Há, portanto, muito trabalho pela frente para convencer o público e ganhar sua confiança, avaliou. "Estou firmemente convencido de que o euro digital será um sucesso", afirmou ainda.
Entre os desafios antes de se emitir a moeda digital do banco central (CBDC, na sigla em inglês), Nagel mencionou o fato de que o euro digital será um ativo sem risco, o que criará incentivos para que empresas e famílias mudem seus depósitos no setor bancário para euros digitais. Isso poderia ter um efeito geral adverso na oferta de crédito e, por consequência, na economia real, advertiu.
Em momentos de turbulência financeira ou maior incerteza, poderia haver saída substancial de dinheiro do setor bancário, uma ameaça à estabilidade financeira. "Para evitar isso, há planos para estabelecer um limite a se manter em euro digital", explicou, e acrescentou que o BCE não pretende tomar o lugar dos bancos. "Estamos planejando emitir um euro digital, não distribuí-lo", ressaltou. "Os bancos manterão relações importantes com seus clientes. E o euro digital será uma plataforma para os bancos fornecerem serviços adicionais", disse.
(Com Agência Estado)
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