O Laboratório Central de Saúde Pública de Mato Grosso (Lacen-MT), vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), firmou um termo de cooperação técnica com a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec), da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT), para acelerar a análise de amostras de sangue em casos suspeitos de contaminação por metanol no estado.
De acordo com a diretora do Lacen-MT, Elaine de Oliveira, o procedimento segue o fluxo estabelecido pelo Governo de Mato Grosso, que inclui o recebimento, custódia e encaminhamento das amostras coletadas em unidades de saúde municipais até o Laboratório Central. Em seguida, o material é encaminhado ao Laboratório Forense da Politec, responsável pela análise toxicológica.
Segundo Elaine, a parceria permite que o exame de dosagem alcoólica seja realizado dentro do próprio estado, reduzindo o tempo de espera dos resultados para até dez dias. “Sem essa cooperação, as amostras precisariam ser enviadas a um laboratório de referência em Campinas (SP), o que atrasaria o diagnóstico”, afirmou.
O exame é realizado por meio de cromatografia gasosa (CG) e detector de ionização de chama (FID), tecnologias capazes de identificar e quantificar substâncias como álcool e metanol no sangue. O resultado é apresentado em forma de gráfico, com picos que representam a concentração dos compostos analisados.
Para o diretor-geral da Politec, Jaime Trevizan Teixeira, o trabalho técnico da perícia foi essencial para confirmar o primeiro caso de intoxicação por metanol em Mato Grosso. “A atuação dos peritos permite identificar com precisão científica a presença dessa substância em bebidas ou amostras biológicas, possibilitando ações de prevenção e responsabilização”, destacou.
Desde maio de 2025, a Politec, em parceria com o Departamento de Química da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), incorporou exames específicos para detectar metanol, fortalecendo o monitoramento e a resposta a casos suspeitos. Além de atender o estado, a instituição também presta apoio a investigações em Mato Grosso do Sul.
Primeiro caso confirmado
A Secretaria de Estado de Saúde confirmou, na quarta-feira (22), o primeiro caso de intoxicação por metanol em Mato Grosso. O paciente, um homem de 24 anos, morador de Várzea Grande, apresentou lesão ocular irreversível, uma das complicações mais graves associadas à exposição à substância. Ele está fora de risco de morte.
Outros quatro casos suspeitos estão em investigação: dois em Várzea Grande, um em Água Boa e outro em Cuiabá.
A SES disponibilizou um painel online com atualizações diárias sobre casos confirmados e suspeitos de intoxicação por metanol no estado, atualizado de segunda a sexta-feira pela manhã.
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