No auge dos 60 anos, a atriz e humorista Nany People disse ao HNT TV Entrevista que nunca se sentiu tão criativa. A atriz conversou com o podcast durante visita a Cuiabá para lançar o livro "Ser mulher não é para qualquer um – a saga continua", da editora mato-grossense Umanos.
"Fiz 60 agora e como diz minha mãe, a cabeça fica nos 30, o corpo que vai ladeira abaixo. Tenho a consciência de estar proativa e criativa de maneira que nunca estive antes na minha vida".
Tenho a consciência de estar proativa e criativa de maneira que nunca estive antes na minha vida
Nany concilia as viagens da turnê de divulgação da biografia com os cinco shows que produziu e as gravações da série 'Vai que Cola' do Multishow. O desafio é manter o astral lá em cima para esbanjar carisma para atender a fila de fãs nas sessões de autógrafo. Questão que ela tira de letra.
A atriz chegou ao auditório da Agência Sebrae no Shopping Goiabeiras para atender o HNT com entusiasmo, lacrando com frases de efeito e leque - sua marca registrada. A personalidade imponente dá o tom da representatividade de Nany, cuja trajetória foi marcada pela resiliência para superar os "nãos" que tentavam cercear sua missão como pioneira na comunidade LGBTQIA+, abrindo portas a outras mulheres trans no mundo do entretenimento.
"O mundo sempre me deu não como a primeira situação: 'não pode, não é viável, não é possível, não é crível, não é legal'. Por que não? Eu sempre superei isso tudo e disse: por que não?", falou a atriz.
Eu tomei as dores em rede nacional e a coisa ferveu
LGBTFOBIA NO SESC ARSENAL
Uma dessas lutas é relatada no livro. Nany percorreu os tribunais do país por longos 18 anos para conseguir ter seu registro reconhecido como mulher trans. Essa luta na Justiça deu a Nany direito de fala na busca pelos direitos civis da comunidade. Voz que ela faz valer, como fez em 2022, ano em que a drag queen Nelly Winter foi vítima de LGBTfobia por parte do Sesc Arsenal, de Cuiabá, ao ter cancelado o lançamento do livro “Versa: Brados em Linhas”.
"Eu tomei as dores em rede nacional e a coisa ferveu", lembrou Nany.
O caso repercutiu negativamente na classe artística da cuiabania, rendendo manifesto nas dependências da casa de cultura. O episódio acabou aproximando Nany People da editora, dando início a parceria que rendeu o segundo volume de "Ser mulher não é para qualquer um". O primeiro foi lançado quando Nany tinha 50 anos pela editora Planeta. O mais recente "Ser mulher não é para qualquer um – a saga continua" tem a Umanos como curadora do conteúdo.
"Eu tomei conhecimento deste fato, de uma pessoa que está fomentando cultura, teve um lançamento no Sesc de Cuiabá e por ser drag não poderia fazer. É o tipo de situação que passo a minha vida toda", disparou a atriz.
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