A chefe do escritório do Unicef em Mato Grosso, Mariana Rocha, fez um chamado urgente aos municípios mato-grossenses referente a dois indicadores críticos em Mato Grosso: cobertura vacinal e aumento do casos de estupro contra crianças e adolescentes. Referente ao baixo índice de cobertura vacinal em crianças, com algumas vacinas registrando menos de 50% de cobertura níveis equivalentes aos de 10 a 15 anos atrás.
Apenas 42 municípios fizeram adesão à estratégia de Busca Ativa Vacinal (BAV), do Unicef, para acelerar a imunização das crianças. O outro é o aumento preocupante de casos de estupro contra crianças e adolescentes, que cresceram 45,2% entre 2021 e 2023 na faixa etária de cinco a nove anos, segundo dados divulgados pelo próprio Unicef nesta semana.
“Estamos lidando com situações muito graves, como violências que cresceram 450% em algumas faixas etárias entre 2022 e 2023, e com vacinas que deixaram de ser aplicadas. Esses problemas precisam ser enfrentados com planejamento e estrutura. E o Selo Unicef é uma ferramenta concreta para isso”, afirmou Mariana.
Os dados revelam que, entre 2021 e 2023, Mato Grosso registrou 5.132 casos de estupro na faixa etária de 0 a 19 anos. O número absoluto subiu de 1.500 casos em 2021 para 2.069 em 2023, um aumento de quase 38%. A taxa de estupros por 100 mil habitantes passou de 86 para 188 no período. A faixa mais atingida foi a de crianças de 5 a 9 anos, que teve um aumento de 45,2% nos registros.
Os números do estado estão acima da média nacional, onde o maior crescimento de casos foi entre crianças de 0 a 4 anos, com 26,6%. Para Mariana Rocha, isso reforça a urgência de políticas públicas mais integradas e coordenadas nos municípios.
O Selo funciona como uma jornada de quatro anos, na qual os municípios recebem apoio técnico e são acompanhados quanto ao desempenho em áreas essenciais, como educação, saúde, assistência social, proteção e meio ambiente.
Durante o período, os municípios devem comprovar avanços por meio de indicadores sociais e ações práticas, como busca ativa escolar, fortalecimento dos conselhos tutelares e melhoria na qualidade de vida das crianças e adolescentes. “Essa é uma agenda apartidária. Qualquer prefeito comprometido com a população tem o dever de olhar para esses dados e buscar soluções. O Selo não é só um certificado. É uma forma de fazer gestão orientada por resultados reais”, reforçou a chefe do Unicef.
Mariana lamentou que, entre os 142 municípios mato-grossenses, apenas cerca da metade aderiu ao selo até agora. Estados como Ceará, Pernambuco e Maranhão já contam com a participação da totalidade de seus municípios. “Mato Grosso tem um enorme potencial, mas ainda não está se refletindo em adesão ao Selo. Queremos ver esse compromisso no mesmo nível do desenvolvimento econômico que o estado tem alcançado. Há equipes técnicas disponíveis para tirar dúvidas e apoiar cada gestor nesse processo”, pontuou.
Ela também comentou que, embora nem todos os municípios que participam da jornada sejam certificados ao final, muitos apresentam avanços expressivos nos indicadores sociais, o que, para o Unicef, já é um resultado relevante.
Atualmente, Várzea Grande já confirmou adesão, enquanto Cuiabá, ainda não formalizou sua participação, o que preocupa a entidade pela importância simbólica e estratégica do município. O prazo é até o dia 23 de julho.
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