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Cidades Quinta-feira, 31 de Março de 2016, 11:51 - A | A

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Quinta-feira, 31 de Março de 2016, 11h:51 - A | A

REINO DE MEDO NA SODOMA

Empresário relata ameaça de coronel: "Às vezes um caminhão passa em cima de seus filhos"

MAX AGUIAR

“Nunca se sabe, às vezes um caminhão passa em cima dos seus filhos, acidentes acontecem”. Essa fala, em tom de ameaça, foi feita pelo coronel José de Jesus Cordeiro ao empresário Willians Paulo Mischur, dono da empresa Consignum, para garantir o pagamento mensal de propina à organização criminosa supostamente chefiada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB).

 

Marcos Lopes/HiperNoticias

Adjunto José de Jesus Nunes Cordeiro - Sad

“Nunca se sabe, às vezes um caminhão passa em cima de seus filhos... Acidentes acontecem”, teria dito Cordeiro para manter empresário 'na linha'

A afirmação consta em decisão da juíza Selma Rosane de Arruda, da Sétima Vara Criminal, e foi um dos principais motivos que levaram a magistrada a pedir a prisão de Silval Barbosa, Pedro Elias e José Cordeiro na terceira fase da Operação Sodoma.

 

Segundo Mischur, José Cordeiro, que na época era secretário-adjunto da Secretaria de Estado de Administração (SAD), usou essa frase para tentar extorquir mais dinheiro do que já era pago mensalmente pela empresa Consignum à organização criminosa.

 

“Em razão de tal ameaça, a testemunha ficou com medo e mandou blindar o carro que usava com a família”, cita trecho do documento.

 

Vale ressaltar que o secretário que proferiu tal ameaça ao empresário é policial militar da reserva. Na época dos crimes, além de secretario-adjunto de Administração, Cordeiro recebia o salário de coronel pois ainda atuava na Polícia Militar de Mato Grosso.

 

Para a juíza Selma de Arruda, o coronel era o 'braço armado' da facção supostamente liderada por Silval Barbosa e era o mais violento de todos seus membros.

 

“É obvio que em uma organização criminosa nem todos os membros agem com truculência: tal tarefa geralmente é delegada a quem tem mais propensão para esse tipo de delito, que no caso era o policial militar e ocupante de cargo de confiança de Silval, José de Jesus Cordeiro”, disse a magistrada.

 

Na continuação do depoimento, o empresário disse que, além do coronel, ele também tinha medo do chefe de gabinete do Silval, Silvio Cesar de Araújo, e que outros empresários também teriam sofrido o mesmo tipo de ameaça.

 

O fato foi lembrado pela própria juíza Selma de Arruda, que destacou que podem existir "muitos outros empresários no estado que passaram pela mesma situação do declarante, mas que não falam por medo de represálias por parte da organização".

 

REINO DE MEDO 

Willians Mischur não foi o único que se sentiu ameaçado por José Cordeiro. Outro empresário obrigado a pagar propina à facção para manter seu contrato também relatou que a figura do coronel lhe causava medo.

 

Trata-se de Julio Minori Tisuji, proprietário da empresa Web Tech Sofwares e Serviços, que prestava serviços ao Governo do Estado durante a gestão Silval Barbosa.

 

Em depoimento, Minori afirmou que nunca chegou a ser ameaçado diretamente pelo coronel, mas sentia-se intimidado pela figura de Cordeiro.

 

"O declarante reitera que tem medo das pessoas citadas em sua oitiva, pois sabe que está tratando com pessoas perigosas, que o pressionavam muito na época em que lhe era exigido os pagamentos das propinas", cita a juíza.

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