A decisão da Azul Linhas Aéreas de cancelar voos diretos saindo de Cuiabá terá impactos significativos não só na logística, mas também no meio ambiente. A emissão de gases de efeito estufa desses voos deve aumentar, em média, 171%.
A análise foi feita com dados da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO), que projeta que as emissões médias de carbono, que antes eram de 14 toneladas de CO₂ por voo, devem saltar para 30 toneladas a partir de 1º de julho, quando os voos passam a ter escalas no Aeroporto de Viracopos, em Campinas-SP.
O efeito estufa, causado pelo acúmulo de gases como o CO₂ na atmosfera, intensifica o aquecimento global e acelera as mudanças climáticas, fenômenos que impactam diretamente o planeta com ondas de calor, secas, incêndios e desastres naturais.
No cálculo, o trecho Cuiabá–Campinas adiciona, sozinho, uma média de 18,4 toneladas de CO₂ a qualquer voo. De Campinas ao destino final, a média adicional foi de 12,7 toneladas. Todos os voos sofreram aumentos expressivos na emissão de gases, com destaque para dois destinos. Os destinos mais poluentes após o corte de voos diretos é Alta Floresta, com aumento de 339% nas emissões.
O trajeto praticamente dobra de distância, tornando-se o mais impactado ambientalmente. Já era o destino de maior emissão, com 30,2 toneladas de CO₂ na modalidade direta. Com a escala em Campinas, sobe para 42,9 toneladas, aumento de 42%. Outros destinos impactados incluem Campo Grande (MS), Brasília (DF), Goiânia (GO) e Curitiba (PR), todos com aumentos médios entre 120% e 200% nas emissões.
Segundo dados do Governo Federal, a aviação no Brasil emitiu 15,6 bilhões de toneladas de CO₂ em 2023. Embora existam projetos internacionais para neutralizar ou zerar as emissões até 2050, como prevê a ICAO, medidas como a centralização de rotas em poucos aeroportos, sem alternativas diretas, acabam gerando um impacto ambiental imediato e severo.
COMO FOI CALCULADO O IMPACTO
Foi utilizada a calculadora de emissões de CO₂ da ICAO, reconhecida internacionalmente. Considerou-se uma das aeronaves mais usadas pela Azul, o Airbus A320neo, com capacidade para 180 passageiros. Todos os voos analisados passaram a incluir uma parada fixa em Campinas (Viracopos).
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