Uma análise exclusiva do HNT para o Índice de Participação dos Municípios (IPM) para 2026, divulgada pelo Governo do Estado no Diário Oficial desta segunda-feira (30), revela um cenário de profundas disparidades financeiras para as cidades de Mato Grosso. Enquanto a capital, Cuiabá, amarga uma projeção de perda de quase R$ 4 milhões mensais, o município de Sorriso celebra um acréscimo significativo de mais de R$ 1,2 milhão.
O panorama foi detalhadamente avaliado pelo professor de economia Maurício Munhoz, da UNEMAT, para o HNT. Seus dados, que consideram o índice atual, a projeção para 2026, a variação percentual e o impacto financeiro mensal em reais, desenham um mapa de ganhadores e perdedores na partilha do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
No grupo dos municípios que verão um aumento em suas receitas, Curvelândia se destaca com a maior variação percentual, 43,20%. Embora o acréscimo em valores absolutos seja o menor da lista, cerca de R$ 466.210,00 por mês, o salto percentual é notável. Apiacás e Carlinda também mostraram aumentos significativos, com 33,17% e 32,36% de variação, respectivamente.
Contudo, o grande destaque financeiro vai para Sorriso. Apesar de um crescimento percentual mais modesto (6,93%), a cidade do agronegócio é a que mais ganha em termos absolutos, com um robusto acréscimo de R$ 1.213.605,00 mensais.
Do outro lado da balança, a capital mato-grossense, Cuiabá, lidera a lista das perdas. Com uma retração de -9,53% no IPM, a cidade enfrentará uma dolorosa perda mensal de R$ 3.887.580,00.
Outros municípios também sentirão o golpe. Rondonópolis, por exemplo, registrará uma queda de -4,61%, traduzindo-se em uma perda de R$ 1.301.030,00 por mês.
Querência verá seu IPM recuar -9,09%, resultando em menos R$ 701.295,00 mensais. Comodoro, por sua vez, apresenta a maior queda percentual, com -11,67%, o que significa uma redução de R$ 474.145,00 mensais em suas receitas.
Para entender essas disparidades, o professor Munhoz explica que o ICMS é a principal fonte de arrecadação do estado, e 25% do valor arrecadado é destinado aos municípios.
Em Mato Grosso, cerca de R$ 500 milhões de ICMS são distribuídos mensalmente entre as cidades, com 65% do peso total da distribuição determinado pela movimentação econômica de cada município.
No entanto, Munhoz aponta para uma possível distorção no modelo de distribuição. Ele exemplifica que, embora não se pague imposto para exportar, os municípios recebem uma parcela quando o imposto retorna.
A discrepância se torna evidente ao comparar Cuiabá e Sorriso: enquanto um munícipe de Cuiabá contribui com cerca de R$ 10.000,00 por mês em ICMS, a cidade recebe de volta apenas R$ 300,00. Em contraste, Sorriso, que recolhe R$ 1.400,00, tem um retorno de R$ 390,00.
Confira a tabela abaixo:
Mauricio Munhoz

*Os dados do IPM, apresentados no Diário Oficial, são baseados no índice atual (primeira coluna), o índice projetado para 2026 (segunda coluna), a variação percentual (terceira coluna) e o impacto financeiro mensal dessa variação em reais (quarta coluna).
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