Um estudo feito pela Universidade de São Paulo (USP) mostrou, pela primeira vez, quanto os alimentos ultraprocessados, como salgadinhos, refrigerantes, biscoitos recheados, embutidos e comidas congeladas, representam nas calorias consumidas em todos os 5.570 municípios do Brasil. Em Mato Grosso, os dados revelam uma grande diferença entre as cidades.
Segundo a pesquisa, em municípios como Barão de Melgaço e Porto Estrela, a alimentação tem, em média, 13% das calorias vindas de alimentos ultraprocessados. Já em Campo Novo do Parecis, Várzea Grande e na capital Cuiabá, essa participação sobe para cerca de 18% das calorias diárias. No Brasil, em média, esses alimentos já representam mais de 20% das calorias que as pessoas comem por dia. Há lugares em que o consumo é muito baixo, como em Aroeiras do Itaim, no Piauí, onde chega a 5,75%, e outros em que é muito alto, como em Florianópolis (SC), onde atinge 30,5%.
Cuiabá ficou com 18% das calorias vindas de alimentos ultraprocessados, menos que cidades do Sul e Sudeste, como Florianópolis (30,5%) e São Paulo (25,5%), mas mais que Palmas (12,2%) e Boa Vista (15,6%)
Em Mato Grosso, as cidades com menor consumo de ultraprocessados são, em geral, mais rurais e com população de menor renda, enquanto as cidades maiores, mais urbanas e com moradores de maior poder aquisitivo têm índices mais altos de consumo desses produtos. “Os dados mostram que quanto maior a renda, a escolaridade e a vida na cidade, maior tende a ser o consumo desses alimentos ultraprocessados”, explicou Leandro Cacau, pesquisador responsável pelo estudo.
O estudo também alerta que consumir muito esses alimentos faz mal à saúde, pois aumenta o risco de doenças como obesidade, diabetes e problemas no coração. Além disso, a produção e o consumo em grande escala desses produtos prejudicam o meio ambiente, causando desmatamento, poluição e desperdício. Entre as capitais brasileiras, Cuiabá ficou com 18% das calorias vindas de alimentos ultraprocessados, menos que cidades do Sul e Sudeste, como Florianópolis (30,5%) e São Paulo (25,5%), mas mais que Palmas (12,2%) e Boa Vista (15,6%).
Os pesquisadores destacam que esses números podem ajudar as prefeituras a planejar ações para melhorar a alimentação da população, como programas que incentivem a compra de alimentos mais saudáveis, ofereçam refeições equilibradas em escolas e dificultem a venda de ultraprocessados para crianças.
O estudo lembra que, mesmo que algumas cidades tenham hoje um consumo menor, ele pode estar aumentando rapidamente, por isso é importante acompanhar de perto e criar políticas para evitar que a situação piore.
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