O percentual de adultos fumantes nas capitais brasileiras subiu de 9,3% em 2023 para 11,6% em 2024, de acordo com dados preliminares da pesquisa Vigitel, divulgada pelo Ministério da Saúde em maio de 2025. A alta interrompeu uma trajetória de queda contínua desde 2007 e marca o Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado nesta sexta-feira (29), como um momento de alerta para o país.
Para o médico de Família e Comunidade Felipe Bruno Santos da Cunha, da Amparo Saúde, uma empresa do Grupo Sabin, a data tem um papel educativo e de mobilização social. “É uma oportunidade de chamar atenção para os malefícios do tabagismo, fortalecer políticas de controle do fumo, promover a conscientização, estimular a prevenção e fortalecer o engajamento da sociedade no abandono do hábito de fumar”, reforça.
Segundo ele, o tabagismo segue sendo a principal causa evitável de morte e está ligado a diferentes tipos de câncer, como pulmão, laringe e bexiga, além de doenças respiratórias crônicas e cardiovasculares. “O fumo aumenta o risco de infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC) e complicações na gestação, incluindo malformações e abortamento”, destacou. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que aproximadamente 20% dos cânceres diagnosticados no Brasil estão relacionados ao consumo de tabaco.
Crianças e gestantes estão entre os mais vulneráveis ao fumo passivo, com maior risco de infecções respiratórias e baixo peso ao nascer. Idosos e pessoas com doenças crônicas também sofrem mais com as complicações. Já adolescentes apresentam maior suscetibilidade à dependência, o que preocupa no contexto do aumento do uso de cigarros eletrônicos, também chamados de vape. Embora proibidos no Brasil, esses dispositivos cresceram de 2,1% para 2,6% entre adultos das capitais, segundo dados prévios do Vigitel 2024.
Além do cigarro, produtos como narguilé, cigarros de palha, charutos e tabaco de mascar também oferecem riscos relevantes. Todos eles liberam substâncias tóxicas e aumentam a dependência e danos à saúde.
O especialista lembra que medidas como aumento de impostos, ambientes livres de fumo e restrição de propaganda foram fundamentais para reduzir a prevalência do tabagismo nas últimas décadas, mas precisam ser reforçadas.
No tratamento, o médico explica que os melhores resultados vêm da combinação entre abordagem comportamental, psicoterapia e medicamentos, como bupropiona ou reposição de nicotina. Na Atenção Primária, os pacientes são acolhidos, avaliados e acompanhados de forma contínua, com grupos de apoio e estratégias para lidar com recaídas. O suporte multiprofissional e o seguimento do cuidado pelo paciente aumentam as taxas de sucesso e tratamento. “O apoio familiar e social oferece motivação, reduz recaídas e fortalece a adesão ao tratamento. Ambientes de suporte, sem estímulo ao tabaco, aumentam a chance de cessação bem-sucedida”, conclui.
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