O crime é investigado por meio de uma força-tarefa criada para identificar e prender os envolvidos. Entretanto, câmeras de monitoramento das vias próximas ao local ajudam a entender o passo a passado da emboscada. Veja abaixo:
- Por volta das 18h, os criminosos estacionam uma Hilux preta na Rua Arnaldo Vittuli;
- Ruy teria saído da prefeitura pela Rua José Borges Neto. Às 18h15, ele entrar na Arnaldo Vittuli;
- Assim que avistam o carro do ex-delegado, os criminosos ligam o veículo. Quando o automóvel de Ruy passa por eles, é alvo de ao menos dois tiros;
- O ex-delegado foge e vira à esquerda para a Rua 1° de Janeiro, a qual percorre em alta velocidade sendo perseguido;
- Na fuga, ele entra na Avenida Doutor Roberto de Almeida Vinhas e colide com um ônibus. O carro capota. Os criminosos descem da Hilux, vão até o veículo do ex-delegado e efetuam 69 tiros;
- Em seguida, na Avenida Casemiro Domcev, altura do nº 380, no bairro Nova Mirim, um veículo com as características do que foi usado pelos criminosos é encontrado em chamas.
Dois suspeitos foram identificados por meio do reconhecimento de material genético encontrado no carro envolvido no crime e em perícia feita no local do crime. A mãe de um deles foi ouvida pela polícia.
Quais as principais suspeitas?
A força-tarefa criada para investigar o assassinato do ex-delegado geral Ruy Ferraz Fontes apura a ligação de um líder do PCC que deixou um presídio federal há um mês com o crime. A informação foi confirmada ao Estadão por fontes na área da segurança pública.
A investigação não descarta nenhuma possibilidade, mas trabalha com duas suspeitas principais: uma reação do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou retaliação por sua atuação na prefeitura de Praia Grande (SP), onde era secretário de Administração.
Como delegado, Ferraz Fontes ficou conhecido por seu trabalho contra o PCC. Em 2006, foi o responsável por indiciar toda a cúpula da facção, incluindo Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, antes de os bandidos serem isolados na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP). Em 2019, quando Marcola foi transferido para um presídio federal, ele era o delegado-geral, cargo que ocupou até 2022.
Em outra linha de apuração, os investigadores acreditam que o crime possa ter elo com uma licitação, que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos. Ferraz Fontes era secretário municipal de Administração de Praia Grande desde 2023, em um cargo não ligado à segurança.
Alvo desde 2019
Conforme mostrou o Estadão, uma investigação do Ministério Público acusou Marcola de mandar matar agentes públicos - dentre eles, Ruy Fontes. Para promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo (Gaeco) "tudo indica que foi um crime de máfia".
Em dezembro de 2023, Fontes sofreu um assalto no litoral paulista. Na época, ele já demonstrava preocupação com sua segurança e de familiares, após anos de atuação contra o PCC.
Em maio de 2022, o ex-delegado-geral foi vítima de um assalto, mas na Avenida do Estado, zona sul da capital paulista. Uma dupla em uma motocicleta o abordou, mas desistiu ao perceber que o veículo que Fontes dirigia era blindado.
Dois anos antes, em 2020, Fontes sofreu uma emboscada de assaltantes no Ipiranga, também na zona sul de São Paulo. Ele reagiu e chegou a balear um dos criminosos, que conseguiu fugir. Já em 2012, o ex-chefe da Polícia Civil foi abordado por dois homens na Via Anchieta, no ABC paulista.
(Com Agência Estado)
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