A Voepass foi procurada pelo Estadão, mas não respondeu até a publicação desta reportagem. "A conclusão foi que a empresa montou escalas que reduziram o tempo de descanso da tripulação, o que pode ter causado cansaço em um nível capaz de prejudicar a concentração e o tempo de reação dos profissionais. Esse fator, somado a outras possíveis causas, pode ter contribuído para o acidente com o voo 2283", disse o ministério.
O MTE verificou os horários de entrada e saída em hotéis para confirmar o período de descanso da tripulação. Nessa varredura, a pasta identificou a falta de controle efetivo da jornada de trabalho e descumprimento dos limites de jornada e períodos mínimos de descanso.
Segundo o ministério, houve descumprimento da Lei dos Aeronautas e da convenção coletiva da categoria. Devido às irregularidades, a empresa foi alvo de 10 multas, que somam cerca de R$ 730 mil. Além de ter sido notificada por não recolher mais de R$ 1 milhão em FGTS de seus funcionários. Em abril, a Voepass entrou com um pedido de recuperação judicial declarando dívidas de R$ 429 milhões. A empresa foi criada em 1995 quando ainda levava o nome de "Passaredo".
Falhas de sistema
Um relatório do Centro Nacional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) indicou que, durante o voo, a aeronave modelo ATR-72 enfrentou condições meteorológicas propícias à formação de gelo, mas o sistema de degelo foi ligado e desligado repetidas vezes, indicando possível falha.
Foram registrados também alertas Cruise Speed Low (baixa velocidade de cruzeiro) e, posteriormente, Degraded Performance (performance degradada) - quando o avião encontra condições que reduzem sua capacidade de voo, como o acúmulo de gelo, que diminui a sustentação.
(Com Agência Estado)
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