"Em função da complexidade do suposto caso, a prefeitura mobilizou as secretarias de Segurança Pública, com apoio dos agentes da GCM, e de Desenvolvimento e Assistência Social para averiguarem a situação e, se for confirmada, tomarem as medidas cabíveis", diz trecho da nota enviada ao Estadão.
Uma das denúncias foi divulgada nas redes sociais do padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, da Arquidiocese de São Paulo, e conhecido por seu trabalho com a população em situação de rua.
"Na madrugada de sábado (10) para domingo (11), um caminhão da prefeitura de SP abandonou várias pessoas da Cracolândia no bairro Santos Dumont, em Guarulhos", diz trecho da mensagem divulgada pelo religioso.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) classificou a denúncia como "absurda" e "inaceitável", sem citar o nome de Lancellotti.
"Desde 2003, divulgamos todos os dados sobre as aglomerações. A melhor coisa é a transparência. Às vezes, chegam muitas informações para vocês (jornalistas) de coisas absurdas, como, por exemplo, um padre que recebeu uma denúncia de que colocaram as pessoas na Kombi da prefeitura e levaram para outra cidade... algo tão inaceitável e ilógico. Estamos falando da vida das pessoas", afirmou o prefeito em entrevista coletiva nesta quinta-feira, 15.
"Não seria justo, depois de tanto trabalho, ficar essa coisa de 'sumiu', 'pulverizou', 'foi não sei para onde'. Para quem quer saber onde estão as pessoas, estão aqui", completou, referindo-se aos registros dos atendimentos médicos.
No início de abril, o Estadão havia recebido denúncia semelhante de moradores de Guarulhos, mas, desta vez, sobre o bairro da Vila Rio. Cidadãos reclamavam que um veículo utilitário (van) teria abandonado cerca de dez pessoas em situação de vulnerabilidade, que aparentavam dependência química.
Questionada sobre a denúncia, a prefeitura de Guarulhos também havia prometido checar os fatos.
A maior concentração de usuários do chamado "fluxo" da Cracolândia, localizado na esquina da Rua dos Gusmões com a Rua dos Protestantes, se esvaziou desde sábado, 10. Moradores estimaram que cerca de 200 dependentes químicos se aglomeravam na região, principalmente à noite. O fluxo se estabeleceu por ali no fim de 2023, com mudanças pontuais para outros endereços, como no trecho da Rua Mauá rente à Estação da Luz.
O vice-prefeito Mello Araújo (PL) afirmou ao Estadão que duas ações retiraram mais de 120 usuários do local: 80 na segunda-feira e mais 42 nesta terça.
Técnicos da Secretaria Municipal de Saúde afirmaram que aumentou em quase 50% o número de pessoas que buscam atendimento médico voluntariamente no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) - a média diária era de dez usuários.
A partir desse esvaziamento da Rua dos Protestantes, identificado por moradores e comerciantes desde o último sábado, os usuários se espalharam ainda mais pela região central. A Prefeitura de São Paulo informou que mapeou 32 ruas da região central com pequenos grupos de usuários de drogas.
De acordo com o poder municipal, as equipes de saúde e assistência social abordaram 109 usuários de drogas e dependentes químicos na região central, apenas nesta quarta-feira, 14, que ainda circulam pelas ruas da cidade e não aceitaram o tratamento médico municipal.
(Com Agência Estado)
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