As divergências sobre quem será o candidato ao Senado apoiado por Lula no Estado se arrastam há meses. De um lado, petistas afirmam que o partido abriu mão de uma candidatura própria ao governo do Estado para apoiar Freixo em troca da indicação do nome ao Senado na chapa. Já Molon disse em entrevista ao jornal O Globo, nesta terça-feira, que nunca houve um entendimento para que ele abrisse mão de sua postulação ao Senado.
"Temos um acordo e quero perseguir esse acordo. Eu estou tranquilo. Meu partido está tranquilo. A primeira coisa que perguntei ao presidente Lula foi: "o senhor vai apoiar quem no Rio de Janeiro para o Senado?" Ele até falou um palavrão... "Seu filho da... Já não te falei que é você". Então, presidente. Esquece, esquece", afirmou o presidente da Alerj, André Ceciliano, durante almoço com empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ)
Segundo Ceciliano, ele não é "candidato de si mesmo" e que irá construir uma candidatura ampla que não converse apenas com a esquerda.
"Muita gente no partido queria que eu fosse candidato a governador, inclusive o Eduardo Paes. Ele disse ao presidente Lula que só abria mão do Felipe Santa Cruz se eu fosse candidato pelo PSD. Disse isso ao Lula na minha casa há duas semanas. Eu disse que não sairia do PT e seria candidato ao Senado", disse.
A insistência de Molon ameaça o acordo firmado pelos petistas com o PSB no Rio. O presidente do PT João Maurício de Freitas diz que o partido pode desfazer o acordo para apoiar Freixo caso Molon não desista da candidatura. O entendimento é que a chapa deverá ter apenas um candidato, Ceciliano.
Freixo chegou a fazer uma cobrança pública a Molon para que ele cumpra o acordo e retire seu nome da disputa.
A crise na esquerda fluminense ganhou novas dimensões às vésperas de uma visita do ex-presidente Lula e do candidato a vice, Geraldo Alckmin no Estado. Na quinta-feira, 7, Lula, Freixo, André Ceciliano e Molon devem subir no palanque do ex-presidente em evento na Candelária, no centro da cidade.
O imbróglio chegou ao diretório nacional dos partidos, que buscam uma saída para as divergências. Lula já deixou claro que apoiará Ceciliano e Freixo. Já o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, diz que Molon é candidato e que o PT deve um tratamento melhor ao deputado.
(Com Agência Estado)
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