Orgulho cuiabano

Arquivo pessoal

 

Maria Helena Gargaglione Póvoas recebeu do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) uma homenagem durante a I Conferência Nacional da Mulher Advogada realizada na última sexta-feira (22), em Maceió (Alagoas). Um reconhecimento aos serviços prestados à advocacia e à cidadania quando Póvoas foi presidente da Ordem dos Advogados do Brasil/MT por duas gestões (1993 e 1997). A capital de Alagoas recebeu importantes juristas e representantes da sociedade civil para debater as principais bandeiras do universo feminino frente aos desafios da advocacia contemporânea.

Cuiabana, nascida em de fevereiro de 1957, é filha de Arllete Gargaglione Póvoas e do professor, advogado, jornalista, escritor, historiador, cientista político, orador e cuiabano Lenine de Campos Póvoas. Advogada, por formação, estudou Direito na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) com inscrição na OAB desde maio de 1983 e pós-graduanda em Direito Processual Civil pela Universidade de Cuiabá (UNIC). 

Póvoas chefiou o Departamento Jurídico da antiga Companhia de Habitação Popular de Mato Grosso (COHAB/MT), no período de 1987 a 1990 e foi Conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil- Seccional de Mato Grosso, no período de 1989 a 1991.

Oriunda da militância na advocacia, a Desembargadora foi a primeira mulher a presidir a OAB-MT entre os anos de 1993 a 1997. “Honra-me muito ser egressa da OAB, uma instituição que colaborou muito para a redemocratização do país. Quando nos anos de chumbo a ditadura caiu sobre o país, a OAB ergueu sua voz e saiu às ruas com estudantes e outros suprimidos pelo regime”.

No primeiro mandato de dois anos (1993-1994), ela priorizou a organização interna, como a informatização da OAB. Já no segundo, agora triênio, (1995-1997), com alteração do Conselho Federal para três anos, Póvoas priorizou as ações em defesa da cidadania.

Maria Helena militou como advogada no Estado de Mato Grosso desde 1983 até 2005. É Desembargadora do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso – TJ-MT. Atuou como Presidente da 2ª Câmara Cível do TJ-MT e Presidente da 1ª Turma de Câmaras Cíveis Reunidas. Atuou como Presidente da Coordenadoria de Supervisão dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado de Mato Grosso (2011/2012).

Eleita Vice-Presidente e Corregedora do Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Mato Grosso – TER-MT na gestão do desembargador Juvenal Pereira da Silva, tomou posse em (15/04/2013), onde se dedicou à elaboração de projetos voltados para as eleições 2014, bem como, os preparativos para a biometria em Lucas do Rio Verde,  inspeções em zonas eleitorais de Barra do Bugres e Diamantino  (MT). Além destas atividades ainda, priorizou os preparativos para o fechamento do cadastro nacional de eleitores que visava evitar a formação de filas na porta dos cartórios eleitorais.

“Sinto-me orgulhosa de ter participado das Eleições Gerais de 2014, processo que o Tribunal Regional Eleitoral soube conduzir com maestria, e sobre o qual não pairou sequer uma suspeição ou mácula. Fruto do empenho, dedicação, inteligência e espírito público de cada um dos agentes que integram a Justiça Eleitoral.”

Maria Helena foi a primeira mulher oriunda do quinto constitucional a desempenhar estas funções, onde atuou com transparência e lisura entre (2013-2015). A Desembargadora Maria Helena Póvoas foi escolhida para presidir o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) para o biênio 2015-2017. Foi aclamada para o referido cargo em sessão realizada no dia 12/12/2014, pelo Pleno do Tribunal de Justiça de Mato Grosso e empossada em 14 de abril de 2015.

Ao que consta Dra. Maria Helena, depois de formada, trouxe para a comunidade cuiabana também o seu estilo de viver e ver o mundo e incorporou no seio cuiabano novas ideias, mais participação, novas tendências, tornando o caminho das mulheres cuiabanas menos árduo, ganhando visibilidade na sociedade de Cuiabá e uma participação na vida pública, pois, para Margareth Rago:

“Frágil e soberana, abnegada e vigilante, um novo modelo normativo de mulher, (...) prega novas formas de comportamento e de etiqueta, inicialmente às moças das famílias mais abastadas e paulatinamente às classes trabalhadoras, exaltando as virtudes burguesas da laboriosidade, da castidade e do esforço individual. (...) forja uma representação simbólica da mulher, a esposa, mãe, dona de casa, afetiva, mas assexuada, no momento em que as novas exigências da crescente urbanização e do desenvolvimento comercial e industrial que ocorrem nos principais centros do país solicitam a sua presença no espaço público das ruas, das praças, dos acontecimentos da vida social, nos teatros, cafés, e exigem sua participação ativa no mundo do trabalho.”

Maria Helena é mãe de Luciana, Diego e Lenine Neto. Avó dedicada e amorosa dos seus netinhos. 

*NEILA BARRETO é jornalista e Mestre em História.

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