Segunda-feira, 06 de Maio de 2024
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png
dolar R$ 5,07
euro R$ 5,46
libra R$ 5,46

00:00:00

image
facebook001.png instagram001.png twitter001.png youtube001.png whatsapp001.png

00:00:00

image
dolar R$ 5,07
euro R$ 5,46
libra R$ 5,46

Artigos Sexta-feira, 26 de Abril de 2024, 09:02 - A | A

facebook instagram twitter youtube whatsapp

Sexta-feira, 26 de Abril de 2024, 09h:02 - A | A

NEILA BARRETO

Memórias de Anita: Anna Luiza de Abreu Freitas

NEILA BARRETO

Reprodução

NEILA BARRETO

 

Jonir de Oliveira Souza, um aluno saudoso da escola agrícola de São Vicente escreveu nas redes sociais procurando informações dos professores da Escola Gustavo Dutra, da localidade de São Vicente – localizada na rodovia Cuiabá-Rondonópolis, em Mato Grosso. Jonir estava procurando as memórias vividas nos anos de 19555/1958. Em suas lembranças acredita que muitos pertencentes a esse período já foram chamados para a morada eterna, porém outros, devem permanecer entre nós.

Jonir Souza diz: “ Alô! Professor Carlos Gomes e professoras Anita, Epifânia, Ana Luíza, Escolástica e outras da época famosa da Escola de São Vicente, transformada na área social com a audácia, coragem e disposição de alunos da qualidade de: Valdivino, Jonir, Jonas, Vanildo, Joaquim Leite, Ítrio, Bento Porto, Hélio Bonfim, Tibúrcio Amorim, outros e outros mais, que à época implantaram cinema, festas dançantes e outras formalidades desportivas e recreativas, jamais acreditadas pelos menos aventureiros. Obrigado Deus por esta passagem importante de minha vida, rendendo frutos, até hoje sadios e saborosos.

Jonir tem saudades dos mestres Bruno e Flávio, do roupeiro Juvenal, os senhores Esaú, Alfredo Freckner pai das meninas: Elizabeth, Brasília e Zulmira, ia me esquecendo do saudoso Farias. Recordação forte tenho do lombrigueiro, tomado antes de amanhecer o dia, seguido de uma boa dose de purgante "sal amargo", tudo vigiado com rígida assistência do mestre Bruno. - Bons tempos, bom aprendizado”, que ainda estão presentes em suas memórias.

Tendo como referência esse pedido do Jonir busquei informações sobre uma das professoras da Escola de São Vicente, a professora Anna Luiza de Abreu Freitas, mais conhecida como professora Anita, uma das desbravadoras da Escola Agrícola “Gustavo Dutra” de São Vicente, escola rural, localizada hoje, na Br 364 Km 329, na Serra de São Vicente, pertencente hoje ao município de Santo Antônio do Leverger – MT., permaneceu por 25 anos naquela instituição, onde aposentou-se.

A professora Anita nasceu em Cuiabá a 27 de setembro de 1921, filha de Dolores Pontes de Abreu e Raimundo de Abreu, numa família de muitos irmãos: Maria, Gabriel, Geraldo, Regina, Flávio e Terezinha que, durante os 25 anos desempenhou a função de professora na Escola Agrícola “Gustavo Dutra” de São Vicente. Passou a sua infância no Coxipó da Ponte, uma infância muito feliz, com os seus pais maravilhosos, usufruiu daquelas brincadeiras de criança na beira rio, debaixo das mangueiras, com os brinquedos bonitos que a própria mãe fabricava, bonequinha de pano ia para debaixo das mangueiras brincar, brincadeiras que hoje encontramos nas doces memórias da nossa saudosa Dunga Rodrigues e, que hoje não existem mais.

Aos seis anos de idade iniciou os seus estudos primários em Cuiabá, como interna, no Asilo Santa Rita, em 1927, depois Escola Modelo Barão de Melgaço e escola normal Pedro Celestino. Após a formatura, Dom Aquino Corrêa, compadre da sua mãe, padrinho de batismo de Maria, a irmã mais velha, ofereceu o trabalho na escola “Gustavo Dutra”, cuja nomeação se deu em 14 de dezembro de 1944.

Em 1958, a professora Anita casou-se com um mineiro de Barbacena-MG, técnico em rádio amador que veio para implantar o rádio amador na escola, após fazer curso de especialização na Marinha, com quem teve filhas, mas, este faleceu muito cedo, aos 35 anos de idade, de acidente, ficando viúva muito cedo com uma filha de 4 anos e outra de cinco anos. Uma das filhas da professora Anita é a Historiadora Maria Auxiliadora de Freitas, autora do livro Cuiabá – Imagens da cidade, dos primeiros registros até a década de 1960, um presente a Cuiabá, da Prefeitura Municipal-2011, pela Entrelinhas editora.

Estudiosa aperfeiçoou os seus conhecimentos em Campo Grande-MS e no Rio de Janeiro., percorrendo longas viagens e fazendo trajetos em chão batido. Anita enfrentou vários preconceitos, foi perseguida por diretores das épocas, enfrentou ventos raios e temporais, mas, não cedeu, venceu.

Para o projeto de história oral da educação mato-grossense da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Anita, em 2003, aos 81 anos informou que, com o “raio, morria cavalo, morria galinha, que caia lá perto da cabana que tem bem na beira da cachoeira, cabana onde eles faziam, faziam... Morador que não tinha onde morar. A vila operária era construída para os operários, lá na beira da mata, tinha umas cabanazinhas, (que agregava os outros) ”, nos arredores da Escola Agrícola.

Hoje, a escola agrícola pertence ao Campus São Vicente e integra a rede do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso – IFMT, e possui 5.000 hectares de área total de 30.599 m² de área construída. Está localizado no distrito de São Vicente, extremo leste do município de Santo Antônio do Leverger, no km 329 da rodovia BR 364. O Campus possui ainda em sua estrutura dois Núcleos Avançados: o Núcleo Avançado de Campo Verde e o Núcleo Avançado de Jaciara.

A origem e história do Campus São Vicente do IFMT insere-se e compõe o processo de transformação socioeconômico e cultural do país desde o início do século passado, mais precisamente desde 23 de setembro de 1909, quando o Governo Federal criou por meio do Decreto nº 7.566, a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica, instituindo um conjunto de “Escolas de Aprendizes e Artífices”, destinadas ao ensino profissional primário e gratuito com o intuito de prover as necessidades e diminuir as desigualdades sofridas pelos “desfavorecidos de fortuna” – segundo o então presidente. Essas escolas tinham uma nova proposta de ensino, o germe do ensino profissionalizante no país, pois propunham que os estudantes formados pela instituição, além de alfabetizados, pudessem ao deixar a escola, exercer profissionalmente funções de extrema importância social e que já faziam parte do cotidiano da comunidade, mas que se encontravam banalizadas; resgatando as mediante a qualificação e contribuindo para a valorização do potencial regional.

Instituída oficialmente pelo Decreto nº 5.409 do dia 14 de abril de 1943 (data em que comemoramos nosso aniversário) o “Aprendizado Agrícola Mato Grosso” com capacidade para 200 alunos do antigo ensino primário, localizado na Serra de São Vicente em Santo Antônio do Rio Abaixo, atualmente Santo Antônio do Leverger. Ainda na primeira metade do século XX, dentro da perspectiva de Escolas de Aprendizes e Artífices, sendo reconhecidamente a agricultura e suas vertentes a vocação regional de Mato Grosso, bem como a realidade econômica produtiva que se apresentava, em 12 de maio de 1944, a instituição ganha nova nomenclatura: “Aprendizado Agrícola Gustavo Dutra”; sem alteração de sua atividade fim: educar e oferecer o curso profissionalizante ao, então chamado, nível Autorizado pela Resolução nº. 08 de 16/10/2009 / nº.039 de 24/11/2010 e reformulado pela Resolução n° 138 de 14/12/2015.7

Tomara que todos os mencionados por Jonir Souza leiam esta homenagem a professora Anita e nos enviem notícias por meio do portal de notícias “Hipertônicas”. Vamos esperar ansiosos as informações.

(*) NEILA BARRETO é jornalista, historiadora e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.

 

 

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.

Comente esta notícia

Algo errado nesta matéria ?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros