Nos últimos dias, o governo federal lançou um novo filme institucional com foco no Nordeste. A peça publicitária, veiculada pela Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom), traz forte carga emocional, apelo cultural e reforço das marcas sociais do governo Lula. Mas, por trás da trilha sonora junina e das imagens coloridas, há uma estratégia clara: conter a queda de popularidade do presidente justamente em sua base eleitoral histórica.
O vídeo usa como trilha uma releitura de um clássico do forró, com trechos da música de Dominguinhos, adaptada para reforçar o slogan: “Olha o Nordeste é muito bom, o Nordeste é bom demais”. É uma escolha certeira para criar identificação com o público nordestino, especialmente no período de festas juninas, quando o sentimento de pertencimento regional está mais aflorado.
Esse tipo de apelo emocional é um recurso tradicional em campanhas institucionais que buscam criar conexão afetiva com o público. A valorização da cultura local, nesse caso, não é apenas estética, mas política.
Além do aspecto cultural, o vídeo destaca ações como o Minha Casa, Minha Vida, o Luz do Povo e a Farmácia Popular. São programas que historicamente tiveram grande aceitação no Nordeste e que fazem parte do legado lulista na região.
A estratégia é clara: reativar a memória afetiva e política dos nordestinos em relação ao governo federal. O governo tenta resgatar a imagem de um Lula “provedor”, que olha com atenção especial para o povo da região.
O momento da campanha institucional não é por acaso. Pesquisas recentes mostraram que a aprovação do presidente no Nordeste apresentava sinais de desgaste. O que antes era um território eleitoral sólido vinha dando sinais de queda.
Esse cenário acendeu o alerta dentro do Palácio do Planalto. A campanha surge como uma tentativa de frear a perda de apoio antes que o desgaste avance ainda mais.
Concluindo; a campanha cumpre bem o papel de valorizar o Nordeste e tenta reativar o sentimento de gratidão popular ao governo. A trilha sonora, o apelo cultural e a lembrança das políticas sociais são acertos técnicos.
Mas o governo precisa dosar o tom, evitar o desgaste por excesso de exposição e investir em formatos que humanizem e localizem ainda mais a comunicação. Em momentos de queda de popularidade, mais do que propaganda, o eleitor quer ouvir histórias reais e sentir que sua voz é ouvida, e mais ainda, que as ações do governo melhoram, de fato, sua vida.
A campanha pode ser conferida no canal do Governo Federal no youtube O Governo Federal fez e ainda faz pelo Nordeste
(*) JÚNIOR CAMPOS é Especialista em comunicação e marketing político. Já atuou em mais de 30 campanhas eleitorais, e presta consultoria em comunicação e marketing em Prefeituras e Câmaras. Treinador de oratória política e media training e palestrante nacional.
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