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Artigos Quarta-feira, 12 de Agosto de 2015, 16:00 - A | A

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Quarta-feira, 12 de Agosto de 2015, 16h:00 - A | A

Je suis Cel Wagner

A mudança para crime hediondo aqueles praticados contra policiais, também é luz no fim do túnel

GABRIEL LEAL

Arquivo pessoal

Gabriel Leal

 

Recentemente participei de um debate na Faculdade de Direito da UFMT em que defendia a redução da maioridade penal, mais até, a abolição do conceito de “idade penal”, sem, contudo, manifestar qualquer posicionamento institucional, como faço agora neste artigo. Naquela ocasião ocorrera uma discussão madura, porém, desigual. Convém dizer que, tirando parte da plateia muda, além de mim na mesa ninguém assumia que a “redução” poderia contribuir (ainda que minimamente) ao enfrentamento da criminalidade, do contrário, meus colegas foram incisivos quanto à defesa da “infância” e da “adolescência” e sua proteção integral, apesar da realidade que vivemos.

           

Meu professor na Academia de Polícia Militar Costa Verde, Tenente-Coronel Wagner, quando lá ingressei como Cadete mais de uma década atrás, foi enterrado a poucas horas, com salvas de tiro e honras dadas por jovens que, como eu um dia, sempre ajudou a formar, com competência, paciência e fraternidade. Com ele aprendi a usar um Rádio de comunicação e o código fonético. Boas recordações de uma serenidade atenta às dúvidas e ao dever de bem educar.

 

 

Quem ceifou sua vida, até onde sabemos e sem prévio juízo, é um adolescente, um facínora que deveria responder perante os estatutos da lei penal vigente como homem feito e sanguissedento que deu provas de ser, friamente. Sem dúvida que esse mal gratuito poderia ser dirigido a qualquer outro pai de família digno e desarmado, mas, saber tratar-se de um policial-militar que, só por sê-lo, trouxe o motivo da mais vil covardia é de mexer com nossa alma, justamente, por saber que aquele que matou tem uma carta branca para matar quem quiser, como quiser, a hora que quiser, sob o escudo da impunidade e pretexto da dita proteção integral.  

           

Pesquisa da Folha de São Paulo, em 2012, revelava que a cada 32 horas morria um policial no Brasil, neste mesmo ano ao menos 229 foram mortos, entre civis e militares. Segundo a BBC Brasil, em 2013 foram 316 policiais mortos em 22 estados. No primeiro trimestre de 2014, 60 só no Rio de Janeiro. Em São Paulo a cada três dias e meio um policial é morto, conforme dados de 2014. Em suma, não se pode dizer que não defendemos a sociedade com o sacrifício da própria vida.

           

Se meu eterno professor na Academia de Polícia fosse médico ou economista, quem sabe estaria aqui entre nós pois teria sido “poupado”, mas não, era policial e foi julgado como tal à pena de morte pelo “tribunal da impunidade”, esse mesmo tribunal invisível àqueles que recusam o endurecimento das leis e demonizam a redução da maioridade penal. Projetos de lei como a 3131/08 que agrava a pena de quem comete crimes contra agentes públicos, sobretudo o homicídio, são benvindos.

 

A mudança para crime hediondo aqueles praticados contra policiais, também é luz no fim do túnel. Falta, no entanto, o urgente: que a maioridade penal seja reestabelecida e diminuída para alcançar homens e mulheres absolutamente conscientes de seus atos e que, com responsabilidade, escolhem livremente cometer atrocidades a despeito do “meio” e traumas que passaram; atrocidades como a feita contra o Tenente-Coronel Wagner, ou, contra qualquer cidadão ou cidadã brasileira num sábado à noite comum. Eu também sou policial, mas hoje, JE SUIS CEL WAGNER.    

 

 

*GABRIEL LEAL é Capitão da Polícia Militar de Mato Grosso, especialista em segurança pública, mestre em educação pela UFMT e doutorando em educação pela PUC/SP.

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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Carlos Nunes 13/08/2015

HOJE com a porteira do inferno aberta...entrando ARMAS e DROGAS à vontade, ser policial é uma das profissões mais perigosas do país. A qualquer momento pode trocar tiros com a bandidagem e morrer; e dizem que nem seguro de vida possuem para deixar alguma coisa para a viúva e os órfãos. Com o salário que recebem vivem nos bairros da periferia, cercados de bandidos, então, muitas vezes, nem a farda podem sustentar - o governo devia ter feito conjuntos residenciais específicos para doar para os policiais, aonde ele e sua família estivessem mais protegidos. Cadê o governo federal fechar as nossas fronteiras seca e marítima, para minimizar a entrada das ARMAS e DROGAS? Ficaram mais preocupados com Copa do Mundo, Olimpíada, etc., tudo marketing político do faz de conta para embromar os gringos. Só esquecem que gringo não vota; quem vota vive numa insegurança do SALVE-SE QUEM PUDER. É como o Datena diz: primeiro a bandidagem tomou as ruas...depois, quando todo mundo ficou desarmado AGORA escolhem as casas que querem assaltar, porque sabem que não tem mais resistência alguma. Antigamente, com uma arma em casa, a pessoa dava um tiro prá cima, e o bandido covarde corria.

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