No Dia do Trabalhador, eu não consigo deixar de lembrar a minha própria trajetória — dos caminhos difíceis, das oportunidades conquistadas com esforço e, principalmente, das pessoas que encontrei ao longo dessa caminhada e que representam a força do povo trabalhador brasileiro.
Sou “pau rodado” com orgulho, acolhida como filha desta terra. Nasci em Cerejeiras, no interior de Rondônia, filha de uma professora e criada em uma família simples. Desde muito nova, aprendi o valor do trabalho.
Comecei aos 15 anos, em supermercados, como repositora e balconista de padaria. Era o que eu podia fazer para ajudar com minhas despesas e dar os primeiros passos em direção aos meus sonhos.
Economizei cada centavo, inclusive com a venda de latinhas, para comprar uma passagem de ônibus com destino a Mato Grosso. Queria ser jornalista e acreditava, com todas as minhas forças, que isso era possível.
Desembarquei em Várzea Grande, enfrentei muitos desafios: trabalhei como vendedora de calçados, recepcionista, morei com minha tia Marli, depois em kitnets e apartamentos divididos com amigas para economizar. Nunca foi fácil, mas a vontade de vencer sempre foi maior que o medo.
Ainda durante a faculdade, consegui meu primeiro estágio em jornalismo. Antes de formar já atuava na Assembleia Legislativa como assessora de imprensa. A política mato-grossense passou a fazer parte da minha vida profissional, e com o tempo fui ganhando espaço e responsabilidades.
Ao longo de quase 20 anos de serviço público, ocupei funções de extrema confiança. Grande parte dessa caminhada ao lado do deputado Max Russi, que acreditou em mim e valorizou meu trabalho como gestora.
Mas meu compromisso com as pessoas sempre falou mais alto. Durante a pandemia, enquanto o medo e a incerteza paralisavam o mundo, eu e um grupo de amigos continuamos em ação.
Distribuímos alimentos, máscaras, álcool em gel e levamos informação sobre a prevenção da violência doméstica, que cresceu de forma alarmante naquele período.
Dessa união nasceu a Associação AMAR/MT, que hoje beneficia cerca de 500 famílias em situação de vulnerabilidade por meio de projetos sociais contínuos.
Trabalho, para mim, sempre foi mais do que fonte de renda. É dignidade, é construção de identidade, é oportunidade de fazer a diferença na vida de outras pessoas.
Neste 1º de Maio, compartilho minha história não por vaidade, mas com a esperança de inspirar quem está lutando, quem pensa em desistir ou quem duvida que o esforço valha à pena.
Ainda há muito a ser feito. Muitos trabalhadores ainda não têm seus direitos respeitados, enfrentam condições precárias, vivem à margem da sociedade.
Por isso, o Dia do Trabalhador não deve ser apenas uma celebração: deve ser um chamado à ação.
Que possamos continuar lutando, sonhando e trabalhando por um Brasil mais justo, onde todas as histórias de esforço tenham a chance de se transformar em histórias de vitória.
(*) KATIUSCIA MANTELI é jornalista e vereadora em Cuiabá.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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