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Artigos Sexta-feira, 11 de Julho de 2025, 09:39 - A | A

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Sexta-feira, 11 de Julho de 2025, 09h:39 - A | A

BELIZA

Dedicar-se ao programa de AA muda a vida de qualquer um

BELIZA

Oi, tudo bem?
Vim aqui falar sobre uma coisa muito importante, que por questões familiares fez parte da minha vida: o alcoolismo. Na verdade, eu gostaria mesmo de bater um papo bem franco sobre como isso afetou a minha vida como filha de um alcoólatra em recuperação.

Bom, antes de tudo, você precisa entender que aqui não existem mágoas – não mais. Mas existem consequências emocionais que a gente carrega, e eu aprendi a lidar com elas. Até os meus 11 anos, eu convivi com um alcoólatra na ativa, sem a irmandade do Alcoólicos Anônimos (AA). Foram alguns anos em que conheci uma versão do meu pai que eu não gostava e não entendia. Na minha cabeça, era difícil compreender como um homem tão incrível, que cuidou de mim com tanto zelo, podia se destruir a partir do primeiro gole de álcool.

Me recordo quando ele entrou para a clínica de reabilitação em Cotia, São Paulo. Esse foi o recomeço dele, depois de ter ficado dias na UTI. Eu, ainda criança, enviei uma carta pra ele tão dura que, relendo hoje, penso: como eu pude escrever isso? Eram palavras do tipo “eu não quero mais te ver se continuar bebendo”. Talvez tenham surtido efeito. Dentro da clínica, fazia parte do processo participar das reuniões do AA, e foi ali que começou uma nova jornada — tanto pra ele quanto pra mim.

Eu, que sempre fiz jus ao ditado “filhinha de papai”, fui companheira. Ia às reuniões com ele quando o via, mesmo morando em cidades diferentes. E quando ele voltou pra Cuiabá, começou uma nova fase. Meu pai me disse que existia uma reunião para mim também: o Alateen, que era voltado para os filhos. E lá, posso dizer com certeza, foi um divisor de águas.

Eu aprendi que não estava sozinha, que não sentia raiva sozinha, que não chorava sozinha, que não manipulava emoções sozinha. Pude ouvir e compartilhar as histórias mais doloridas pelas quais passei, e aprendi a ter uma escuta atenta para a história dos outros também.

Éramos todos pré-adolescentes e adolescentes tentando nos encaixar num mundo que nos cobrava normatividade afetiva, mas infelizmente carregávamos um pedacinho — ou um “pedação” — solto e machucado que precisava ser cuidado. À medida que eu compartilhava, a dor diminuía, a compreensão aumentava. A raiva se esvaía. E o orgulho... ah, o orgulho pela luta que meu pai travou só aumentava.

Hoje, após o seu falecimento, vejo como o AA possibilitou que eu ficasse com meu pai por muito, mas muito mais tempo do que talvez tivesse sido possível se ele continuasse com o vício. E como a irmandade, os companheiros, o Poder Superior (seja quem ele for para a sua crença) e os Doze Passos transformaram a minha vida.

Então, se eu pudesse falar com alguém que vive ou convive com esse vício, eu diria: procure um grupo de AA mais próximo, assista a uma primeira reunião sem preconceitos. Eu tenho certeza de que vai mudar a sua vida — assim como mudou a minha.

(*) BELISA é nome fictício em respeito à Tradição do Anonimato.

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