Arquivo pessoal
Crise econômica, social e Política. Desesperança. Instabilidade financeira. Recessão. Corrupção. Essas são as principais palavras as quais resumem o momento crucial em que “sobrevive” o nosso país.
Neste dia 09 de Dezembro, dia internacional na luta do combate contra a corrupção, os brasileiros possuem apenas uma única linha de pensamento: “infelizmente, no Brasil, política e corrupção tornaram-se palavras agregadas, ou seja, uma induz a outra.
O Dia Internacional de Combate à Corrupção foi um termo criado e desenvolvido em 2003 pela Organização das Nações Unidas (ONU), e justifica-se como um grande marco na luta contra a corrupção e para a criação de mecanismos os quais possam barrar o crescimento deste veneno o qual domina cotidianamente a nossa população em diversas áreas. A corrupção inibe o futuro. Extingue vidas. Retira da sociedade o seu mais importante direito resguardado pela CF, o qual se resume na cidadania e no princípio da dignidade humana, uma vez que a mesma possui sempre mão dupla, um corrompendo e o outro sendo corrompido.
Se analisarmos e ampliarmos para um quadro mundial, de um universo de 91 países, o Brasil amarga arduamente a 69º posição do Índice de Percepção de Corrupção da ONG Transparência Internacional. A realidade é preocupante!
Porquanto, quais seriam as principais razões básicas para se explicar a corrupção no nosso país?
Sem dúvidas, a corrupção no Brasil possui um fator histórico com grande relevância, intimamente ligado á práticas políticas que a favoreciam e gerando assim um paradigma cultural a ser rompido o mais rápido possível.
Somos, de fato, legatários de uma perversa herança colonial e escravocrata a qual intitulou nossos principais hábitos. Há recentes simbólicos anos atrás, ainda na República Velha, as práticas e os efeitos decorrentes da então Política dos Governadores, do Coronelismo e do Voto de Cabresto proporcionavam sem dúvidas o aparecimento de resquícios de corrupção. Eram práticas objetivamente violentas e injustas, as quais retiravam da sociedade o direito de liberdade de opinião e expressão. Logo, as pessoas para sobreviverem e guardarem a mínima liberdade eram levadas involuntariamente a corromper.
Já diria um dos mais renomados e conceituados jornalistas brasileiros, Roberto Pompeu de Toledo em 1994 na Revista Veja: “Hoje sabemos que a corrupção faz parte de nosso sistema de poder tanto quanto o arroz e o feijão de nossas refeições”. Os corruptos são vistos como espertos e não como criminosos que de fato são. A realidade é desalentadora!
Sendo assim, portanto torna-se irrevogável dizer que a corrupção é um mal, e que infelizmente abrange a sociedade como um todo, seja de maneira direta ou indiretamente. Ademais, a prevenção mais eficaz para esse câncer que se espalha na sociedade é somente uma. O primeiro e mais importante passo é a conscientização e a mobilização da população. O segundo resume-se em uma singela consequência do primeiro, a punição severa, com rigor e sem limitações dos principais protagonistas de tais atos ilícitos.
Somente assim conseguiremos alcançar um grande passo na luta por uma sociedade mais justa, digna, equilibrada e de respeito, livre dos efeitos devastadores da corrupção, para que estes não ameacem a dignidade das nossas gerações futuras.
A corrupção destrói sonhos. Desvanece objetivos. Retira da população o direito de usufruir de uma saúde pública de respeito, uma segurança pública digna e principalmente uma educação pública de qualidade. Os três principais pilares básicos de uma nação.
A corrupção é como uma ferida na sociedade brasileira. É o principal fator de atraso social e a impunidade é o grande oxigênio da corrupção. É preciso coragem para mudar!
*GABRIEL GUILHERME é militante jovem político e estudante de Direito da Universidade de Cuiabá.
Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br
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