Existe algo na sua história que você não gosta nem de lembrar? Um ente querido que já não está mais presente? Ou um familiar que possui uma conduta considerada imoral e na família ninguém pronuncia seu nome? Acho que essa situação existe em qualquer sistema familiar, não é? Sobre este assunto que conversaremos hoje.
Desde os artigos anteriores, estamos compartilhando a compreensão que Bert Hellinger chegou a respeito do amor e como aprendemos a amar. Ele explica que nós conhecemos e vivenciamos o amor através de cinco círculos.
O primeiro círculo está ligado ao amor que uniu os nossos pais para a nossa concepção, o segundo, à nossa infância e adolescência, fase em que recebemos os carinhos e cuidados até chegarmos à fase adulta (terceiro círculo), onde buscamos um relacionamento para poder realizar a troca desse amor. Assim, seguimos caminhando, aprendendo a dar e receber, ampliando a capacidade de nossos corações de sentir a empatia para chegarmos então ao quarto círculo do amor.
Esse amor está ligado à nossa história, está além dos limites da nossa consciência pessoal (noção de moral), ele abrange todos os acontecimentos em nosso sistema familiar e todas as pessoas que fazem parte de nossa família. Isso inclui os difamados, rejeitados, desprezados e esquecidos. Aqueles cujo nosso julgamento afasta, tais como: pessoas que tenham alguma doença grave ou mental, pessoas que cometeram erros e estão reclusas, aqueles que não nasceram (abortos provocados ou espontâneos), os que têm vícios, os que morreram em destinos trágicos e etc...
Para uma família ser considerada completa, é necessário que todos tenham um lugar e muitas vezes quando ocorre alguma das exclusões, as quais foram citadas acima, um membro do grupo se sente impelido a representar, através de seus atos, as características e comportamentos da pessoa excluída. Não raramente, essas pessoas que representam estas condutas, são da geração subsequente, no caso os filhos. É como se a Vida nos apresentasse um desafio, mostrando tudo aquilo que condenamos, julgamos ou desprezamos através de nossos filhos, nos forçando a amar em nossos filhos aquilo que excluímos, julgávamos e condenávamos em nossos pais e ancestrais.
Quando vivenciamos o amor do quarto círculo, compreendemos que todos que compõe a família tem o mesmo direito: pertencer e ser amado. Na esfera deste amor, todos os membros da família ganham um lugar do jeito que são. Os acontecimentos, ainda que trágicos, são aceitos da forma como aconteceram. É um amor livre de julgamentos.
Ganhamos, a partir deste amor, a habilidade de conduzir a nossa própria Vida e, dessa forma, conduzir nossos filhos com mais facilidade, conduzir equipes de trabalho em empresas e organizações com resultados mais positivos.
Somente quando caminhamos pelo quarto círculo do amor é que desenvolvemos a capacidade de aceitar todos os membros da família e incluí-los em nossos corações, deixando nossos filhos livres para vivenciar seu próprio destino. Bert Hellinger ensina que vivenciamos através desse amor uma plenitude interna e, diante disso, passamos a ter um nível de compreensão maior, olhando a história do nosso sistema familiar sem julgamentos, simplesmente com o nosso coração, com a nossa alma.
(*) DUMARA VOLPATO é advogada e Terapeuta em Constelação Familiar com Curso em Hellinger Sciencia pelo Instituto Hellinger do Brasil; Formação em Constelação Familiar pelo Instituto CreSer de Campo Grande – MS; Curso de Aprofundamento em Novas Constelações e Curso de Análise Transacional pelo Instituto de Constelações Familiares Brigitte Champetier; e Praticante Profissional de Cura Reconectiva e Reconexão, pelo The Reconection, Califórnia – EUA. E-mail: [email protected]
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