Em Riyadh, capital da Arábia Saudita, a comitiva oficial do Brasil, liderada por Eumar Novacki, Secretário-Executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) foi recebida pelo Vice-Ministro Ahmed bin Saleh Al Ayadah do Ministério da Agricultura, Meio Ambiente e Águas do Governo Saudita. Na reunião, o Vice-Ministro disse que o País tem todo o interesse em estreitar relação com o Brasil, parceiro comercial há mais de 40 anos. Na primeira semana de maio, o Governo Saudita enviará missão técnica para habilitação do Brasil na exportação de bovinos vivos.
Uma das pautas tratadas no encontro foi o abate Halal no Brasil, requisito religioso para acessar o mercado de vários países árabes. A Arábia Saudita cada vez mais restringe o acesso, mas o Governo Brasileiro apresentou um trabalho técnico-científico realizado pela Embrapa, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), explicando que o procedimento usado no Brasil segue rigorosamente os preceitos estabelecidos no abate Halal.
O Mapa solicitou adiamento por mais 60 dias para que passe a valer os critérios mais rígidos exigidos pelo Governo Árabe e convidou uma delegação para que conheça como o abate halal é realizado no Brasil. Ficaram estabelecidas as assinaturas de um protocolo de intenções – com o objetivo de estreitar ainda mais a relação entre os países – e de um termo de cooperação técnica para troca de experiências.
Integram a comitiva brasileira o Secretário Substituto da Secretaria de Relações Internacionais do Mapa, Alexandre Pontes, o Vice-Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Rui Vargas, além de empresários do setor e de representantes de certificadoras Halal.
A Arábia Saudita é o principal destino das exportações agropecuárias do Brasil no Oriente Médio. Em 2017, as exportações brasileiras somaram mais de US$ 2,6 bilhões. O frango é o principal produto, com 591 mil toneladas exportadas, que renderam mais de US$ 1 bilhão.
Abate Halal
De acordo com as exigências das Embaixadas dos países islâmicos, o abate Halal deve ser realizado em separado do não- halal, sendo executado por um mulçumano mentalmente sadio, conhecedor dos fundamentos do abate de animais no Islã. As normas básicas a serem seguidas para o abate halal são estas: serão abatidos somente animais saudáveis, aprovados pelas autoridades sanitárias e que estejam em perfeitas condições físicas; a frase “Em nome de Alá, o mais bondoso, o mais Misericordioso” deve ser dita antes do abate; os equipamentos e utensílios utilizados devem ser próprios para o Abate halal.
A faca utilizada deve ser bem afiada, para permitir uma sangria única que minimize o sofrimento do animal; o corte deve atingir a traqueia, o esôfago, artérias e a veia jugular, para que todo o sangue do animal seja escoado e o animal morra sem sofrimento; inspetores mulçumanos acompanharão todo o abate, uma vez que eles são os responsáveis pela verificação dos procedimentos determinados pela Sharia; todo o preparo, processamento, acondicionamento, armazenamento e transporte devem ser exclusivos para os produtos halal ,que obrigatoriamente são certificados e rotulados conforme a lei da Sharia. (Com assessoria)
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