O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), explicou que os ex-secretários e servidores municipais que foram arrolados como testemunhas na Comissão Processante que o investiga na Câmara foram chamados justamente por serem "injustiçados" com seus nomes envolvidos em operações policiais. As 10 pessoas são mencionadas em sete inquéritos da Polícia Federal, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco-MT) ou da Polícia Civil. Segundo Emanuel, eles enfrentaram preconceito, adoeceram e tiveram prejuízos financeiros, mas não foi encontrada nenhuma prova.
O primeiro da lista é Luiz Antônio Possas de Carvalho, ex-secretário de Saúde e alvo das operações 'Colusão' e 'Overpriced' que apuravam lavagem de dinheiro na pasta durante a pandemia. Três adjuntos que passaram pela Saúde também serão ouvidos pelos vereadores. São eles Milton Corrêa da Costa Neto (Operação Curare), Luiz Gustavo Raboni Palma (operações Raio-X e Overpay) e João Henrique Paiva (operações Colusão e Overpriced II).
"(A lista) se deu com base em pessoas injustiçadas. O Luiz Antônio Possas de Carvalho, o primeiro que coloquei lá, duas semanas antes do 1º turno, afastaram o meu secretário de Saúde. Passaram-se quatro anos e não tem provas contra eles. Todos inocentados, bens desbloqueados. Quem vai reparar a honra de Luiz Antônio?", questionou Emanuel Pinheiro nesta sexta-feira (12).
Conforme o prefeito, Possas de Carvalho precisou abrir mão do escritório de advocacia e acabou entrando em depressão. Além de ele desenvolver o transtorno mental, familiares também sofreram com as repercussões a partir do desdobramento das investigações, como alegou Emanuel.
"Entrou em depressão, fechou escritório de advocacia, sofreu demais ele e a família dele. Quem vai reparar? Estou convidando, arrolando como tesmunhas pessoas que foram envolvidas e que sabem que não fizeram nada de errado. Só tentamos acertar. Cuiabá foi referência nacional pelo Ministério da Saúde na pandemia. Isso valeu muito para nossa reeleição. No entanto, tentaram construir um massacre à nossa reputação, que pouco a pouco a Justiça está derrubando", disse Pinheiro.
O prefeito fez uma menção à decisão mais recente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que o reintegrou ao cargo, suspendendo deferimento do Tribunal de Justiça (TJMT). A Corte Superior havia federalizado os processos contra Emanuel Pinheiro, alegando que o caso estava além da competência do Judiciário mato-grossense por envolver recursos federais à Saúde.
VEJA A LISTA DE TESTEMUNHAS DO PREFEITO
1 - Luiz Antônio Possas de Carvalho: ex-secretário Municipal de Saúde de Cuiabá; alvo da Operação Colusão e Overpriced
2 - Milton Corrêa da Costa Neto: ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá; alvo da Operação Curare
3 - Luiz Gustavo Raboni Palma: ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá; alvo da Operação Raio-X e Overpay
4 - João Henrique Paiva: ex-secretário-adjunto de Saúde de Cuiabá; alvo da Operação Colusão e Overpriced II
5 - Hellen Cristina da Silva: servidora municipal; alvo da Operação Overpriced
6 - Matteus Beresa de Paula Macedo: advogado
7 - Lucas Fischer de Moraes: advogado
8 - Benedito Oscar Fernandes de Campos: diretor técnico da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá; alvo da Operação Smartdog
9 - Alan Borges e Silva: diretor técnico da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá; alvo da Operação Smartdog
10 - Dalila Romanini: coordenadora especial administrativa da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá; alvo da Operação Smartdog
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