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Política Segunda-feira, 26 de Novembro de 2018, 17:40 - A | A

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Segunda-feira, 26 de Novembro de 2018, 17h:40 - A | A

POLÍTICA NA VEIA

De líder de classe a deputada mais votada, Janaina sonha com o Paiaguás

LEONARDO HEITOR

Eleita a deputada estadual mais votada no pleito realizado no último dia 7 de outubro, com 51.546, Janaina Riva (MDB) espera consolidar seu nome no segundo mandato, que se inicia no próximo dia 1º de fevereiro de 2019. Filha de José Geraldo Riva, um dos políticos mais influentes de Mato Grosso nas últimas décadas e alvo de escândalos de corrupção, a parlamentar quer desvencilhar de vez sua imagem da do pai e sonha alto: quer ser governadora de Mato Grosso.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

janaina riva

 Janaina sonha crescer na vida pública e quer ser governadora

Mãe dos pequenos Sophia e José, Janaina Riva está grávida de seu terceiro filho, que se chamará Diógenes, nome do noivo, e que tem previsão para nascer entre junho e julho de 2019. Fã de Netflix e programas como Masterchef, a deputada admite que mudou recentemente de gosto musical e deixou de lado o sertanejo e se enveredou pelos lados da MPB e do Samba. "Tenho ouvido muito O Grande Encontro, Diogo Nogueira, Tribalistas e Ferrugem", confessa.

 

Prestes a completar 30 anos, em janeiro, a deputada revelou ao Hipernotícias que não queria ter entrado na política em 2014 e que só o fez para preencher uma lacuna no grupo político ao qual ela e o pai faziam parte. No entanto, ela classifica que a política permite que ela vivencie coisas e tenha acesso a conhecimentos que "o dinheiro não compra". 

 

Os planos, ela não nega: quer voar alto e não parar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Janaina Riva, que desde criança já se imaginava na política e que ganhou sua primeira eleição aos 14 anos de idade, ao ser escolhida como líder de classe do 1º Ano E, no Colégio São Gonçalo, quer ser governadora de Mato Grosso.

 

Já se imaginava atuando na política, antes de se candidatar?

 

Já me imaginava na política. Eu costumo brincar às vezes que, como o filho do médico decide ser também quando admira a profissão do pai, eu também já me imaginava ser política desde a minha infância. Mas era aquela política de antigamente, que era muito diferente, mais comemorativa, onde uma reunião já se transformava em um evento. Era muito mais alto astral do que é hoje. As coisas mudaram, mas minha admiração não diminuiu.

 

Acho nobre esta questão de você conhecer bastante o estado, se relacionar com várias pessoas, desde empresários a assentados, ou seja, você tem visões diferentes e talvez não exista nenhuma outra profissão em que você conheça tão de perto a realidade da vida de cada um, de cada ser diferente. Conhecemos de perto a economia, a saúde, a educação com uma abrangência totalmente diferente. 

 

Mato Grosso é um estado de muitos contrastes e eu fui criada em um ambiente onde dentro do meu arco de relacionamentos, que a política me possibilitou um conhecimento que as pessoas as vezes demoram uma vida para ter, e consegui isso em pouco tempo. Isso é uma coisa que me fascina muito e talvez seja o que mais admiro na política. É melhor do que qualquer faculdade. Uma coisa que o dinheiro não compra. 

 

Fui líder de classe. Minha mãe não gostava muito, mas eu que encabeçava questões como rifas, por exemplo. Sempre fui muito voluntária. Tive a quem puxar. Desde criança concorri para ser líder de sala, concorrer a grêmio estudantil. Eu participava de disputas desde a de rainha até a de líder de classe. A primeira eleição que ganhei foi para o 1º Ano E, no São Gonçalo, aos 14 anos.

 

E como foi sua entrada na política? 

 

A época em que entrei, em 2014, não era o melhor momento para eu me candidatar. Queria mais quatro anos ao lado do meu pai e ter entrado agora, em 2018, pela primeira vez. Quando meu decidiu não ser mais candidato a deputado estadual, aí ficou uma lacuna no grupo, que não tinha se preparado para apoiar um outro candidato. Naquele momento, meu pai fez uma avaliação junto comigo de que não havia outro nome que pudesse agregar, mais do que o meu.

 

Jardel Silva

Janaina Riva

 

Ele estava correto, porque talvez se não fosse um nome como o meu, que tinha um grande vínculo ao dele, teria mais dificuldades. Foi uma eleição complicada, com votações expressivas. Minha responsabilidade na ocasião era manter o grupo unido, mas fui contra a minha vontade, pois não achava que estava preparada o suficiente. Naquele momento eu ainda tinha dúvidas sobre a minha capacidade, pois não iria substituir qualquer um. 

 

Acabei disputando por imposição de todo o grupo, não só do meu pai. No primeiro momento em que nos reunimos, surgiram várias outras candidaturas, onde até meu irmão foi cogitado, mas meu pai insistiu que, dentre todos os nomes, o meu era o que tinha mais capacidade de agregar.

 

Qual era a sua expectativa em relação ao seu primeiro mandato?

 

É muito diferente do que eu imaginava. Antes de me candidatar, meu pai fazia questão de me levar em algumas reuniões como a que definiu a autonomia financeira da Unemat. Ele chamava quando tinha algo que ele julgava que era importante. 

 

Até o segundo ano de mandato, não tinha nenhuma vontade de disputar a reeleição. Sempre falava isso para a minha equipe, mas mudei de ideia depois da discussão da Revisão Geral Anual (RGA), em 2016, quando vi que meu nome estava muito mais popular. Ficou mais leve para trabalhar e consegui mostrar para as pessoas que eu era diferente do meu pai, inclusive na atuação. 

 

Como você vê a atuação da Assembleia?

 

Talvez na época do ex-governador Silval Barbosa e do Blairo Maggi, a ALMT teve mais poder, inclusive de definição e aplicação de recursos, além de tomada de decisões, o que encolheu muito depois que eu cheguei. A ALMT encolheu muito nos últimos anos. Falo isso sempre para o Botelho e para o Guilherme (Maluf). 

 

Não é uma crítica à gestão da Mesa Diretora, mas em relação a postura dos 24 deputados. A Assembleia deixou a desejar e foi muito subserviente e não é a toa que teve a renovação que teve. Espero que agora seja diferente, pois senão, será muito mais decepcionante do que foram estes últimos quatro anos. 

 

Como você avalia o governo de Pedro Taques? Como era o relacionamento de vocês?

 

O Taques foi arrogante e não dialogava. Acabou se seduzindo e se deixou embriagar pelo poder. A política, assim como a vida, é uma roda gigante, que uma hora você está em cima e outra está em baixo. O momento político conspira para que essas coisas ocorram. A política é muito dinâmica e o Pedro não percebeu isso. Em quatro anos, fui uma vez apenas ao Palácio Paiaguás e conversava com ele acho que uma vez por ano.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

janaina riva

 

Ele se colocou enquanto monarca, na cadeira de governador, e achou que poderia tomar qualquer atitude, que permaneceria ali. Talvez isso tenha se dado por conta de uma pequena roda, que segue os que estão no poder, que cega quem está lá. Ele não tinha noção do tamanho da rejeição que ele tinha. Na ALMT isso também ocorreu. Muitos achavam que teriam uma votação astronômica e ficaram aquém do que previam.

 

Que conselhos daria a Mauro Mendes?

 

Para o Mauro não errar, é simples. Pega tudo o que o Taques fez, e faz o oposto. Ele deve conversar com a Assembleia e os deputados e tratar todos com o devido respeito. Se isso for feito, a oposição que ele terá o fará com muito mais maleabilidade do que a mais rígida que foi feita com o atual governador, que por exemplo, escolhia as emendas que ia pagar.

 

O Mauro precisa fazer essa análise e tratar de maneira diferente não apenas a Assembleia, mas também os servidores, produtores, empresários, usando os deputados como interlocutores. Isso é a chave de um governo de sucesso, como o Blairo Maggi fez em seus dois mandatos.

 

Como você vê a sua atuação na Casa? Como aumentar a atuação feminina na política?

 

Aqui na Assembleia, acredito que por ser a única mulher, gosto de me posicionar para que as pessoas tenham uma percepção diferente mostrando o papel da mulher no parlamento. A pauta é plural. Mulher não está aqui para tratar apenas sobre questões ligadas a gênero. Isso quebra um paradigma.

 

Mas o ambiente não contribui para a participação feminina. É muito desfavorável, pesado, com ofensas e exposição, principalmente pessoal, o que incomoda muito a mulher. Quando as pessoas procuram debater com uma mulher, infelizmente elas buscam um lado mais apelativo. Algumas desistem também por falta de apoio.

 

Você conviveu com várias situações machistas em seu primeiro mandato. Como lidou com isso?

 

Passei por várias situações em que o machismo foi evidente. Apesar de muitas delas serem corriqueiras e eu não dar tanta importância porque não me agrediam pessoalmente, na maioria dos casos tomei atitudes para que isso não acontecesse com outras mulheres. Esta é uma das minhas maiores preocupações. Quando eu passava por algo, imaginava que eu não falar, poderia desanimar mulheres que quisessem entrar para a política. 

 

Por conta disso, sempre que ocorreu algo, ajuizei ação, me manifestei e tudo mais, não tanto por mim, mas para mostrar para as mulheres que atitudes como essas não são mais passíveis de passar em branco. Hoje a legislação nos dá um respaldo muito grande, com indenização, danos morais, entre outras coisas. São instrumentos que precisamos usar para coibir este tipo de atitude, infelizmente. Eles só sentem quando dói no bolso ou há uma punição.

 

Como é seu relacionamento familiar e com seu pai? 

 

Tenho dentro de casa um líder político, mas somos uma família como outra qualquer, com problemas corriqueiros e tudo mais. Da mesma forma, tem o amor, o carinho e gostamos de passar o tempo juntos. O assunto política, por exemplo, tem que ser banido de jantares, almoços, para evitar conflito. 

 

Marcos Lopes/HiperNotícias

Janete/Janaina/José Riva

 

Eu e meu pai temos várias divergências de posicionamento e de pensamentos, por exemplo. Às vezes ele quer que eu siga um rumo e eu penso que não seja o adequado, rumando para outro. Isso contribui muito politicamente falando, mas atrapalha no âmbito familiar. Por isso, evitamos falar desses assuntos. Uma coisa é o respeito, o qual eu tenho muito, de filha com pai, mas no âmbito político é um ex-deputado para uma atual deputada. Quando entra aí, a minha vontade tem que prevalecer. As vezes ele mistura isso, mas respeita.

 

Quais são seus sonhos atualmente? Pretende um dia se candidatar ao Governo?

 

Estabelecemos algumas metas. A primeira era a reeleição. Agora é a Mesa Diretora, que eu considero importante pois será o momento onde vou conseguir separar definitivamente eu do meu pai, enquanto deputada, para mostrar a postura diferente em um cargo de poder em relação ao que ele tinha aqui na Casa. Depois, os planos tem que ser o crescimento político partidário, pensando nas eleições de 2022.

 

Você não entra na política só para um cargo. Normalmente você quer crescer na vida pública. Não sei se será como governadora. Talvez seja como senadora. Não sei ainda se tenho essa aptidão para o Executivo. Precisamos analisar muito bem. Mas vendo o perfil do Pedro Taques, do Silval, do Mauro, sou uma pessoa muito mais democrática. Gosto de dialogar. Mas não sei se ás vezes isso é bom para um líder. Talvez ele não possa ser tão democrático e tenha que tomar decisões de forma unilateral. 

 

O sonho realmente é o Governo de Mato Grosso. Nunca houve uma mulher governadora. Aqui mesmo na Assembleia Legislativa, nunca teve uma mulher na presidência ou na primeira secretaria. A meta é a Mesa Diretora e depois pensar em crescer o projeto. Se o grupo continuar da forma que está hoje, podemos pensar em ser deputada federal, senadora ou governadora.

 

Como é o seu relacionamento com o Wilson Santos?

 

Tenho um bom relacionamento com ele. Conversamos sempre e procuramos às vezes demover a ideia um do outro. Nos damos bem. Ele é muito diferente do Pedro Taques, por exemplo. Ele tem uma grande qualidade. Todas as vezes que fiz qualquer tipo de acordo diplomático com relação a votações, por exemplo, ele cumpriu. Quando ele diz para não contar com ele, sei que não poderei contar. Ele não tem duas palavras.

 

Acho que ele extrapola, o que acaba gerando nas pessoas um sentimento de revolta muito grande. Isso não foi só comigo. Esta postura de não ter limites acaba o prejudicando. Ele não se preocupa em poupar ninguém na defesa de uma pauta, mas tem suas qualidades. Toda vez que ele me vê, me abraça, beija e sinto que o Wilson tem um carinho por mim. Quando ele era mais jovem, o Wilson tinha uma postura mais independente, muito parecida com a minha atualmente. 

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Benedito costa 26/11/2018

A bela deputada deve-se se lembrar que ter grande votacao não é sinônimo de ter grande votação pra governo. Devo lembrar que antes dela também tem Lucimar Campos com todas.as credenciais pra governar o estado.

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