A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) deflagrou na manhã desta quarta-feira (25) a primeira fase da Operação Regressus. São três mandados de prisão contra criminosos que estavam cumprindo pena em regime aberto, porém falsificavam certificados escolares para diminuir o período da pena de condenação, a chamada remição da pena. Os trabalhos são para cumprir três mandados de prisão preventiva e 19 ordens de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis e Rio de Janeiro.
Marcos Lopes/HiperNotícias
Marcelo atualmente trabalha como promotor de eventos em Cuiabá
O primeiro alvo dos policiais é o promotor de eventos Marcelo Nascimento da Rocha, que já foi considerado o maior estelionatário do Brasil. Marcelo foi o primeiro preso de Mato Grosso a usar tornozeleira eletrônica e estaria recebendo apoio de um assessor jurídico da Vara de Execuções Penais, Pitágoras Pinto de Arruda, que também é investigado e alvo da Polícia Civil na Operação Regressus.
A investigação partiu após o magistrado Geraldo Fidelis, titular da Vara em questão, pedir a demissão do assessor por desconfiar que ele estava usando do Fórum para beneficiar presos. Segundo a Polícia Civil, Pitágoras recebia um valor dos detentos para comprar laudos de uma perita, que fraudava os documentos. O valor utilizado para isso não foi informado.
Eles burlavam o período de remição de pena. Segundo informações preliminares, esses certificados de estudos eram recebidos de maneira ilegal. De acordo com a legislação em vigor, o condenado que cumpre a pena em regime fechado ou semiaberto pode remir um dia de pena a cada 12 horas de frequência escolar, caracterizada por atividade de ensino fundamental, médio, inclusive profissionalizante, superior, ou ainda de requalificação profissional.
Para fins de remição por estudo, deve ser considerado o número de horas correspondente à efetiva participação do apenado nas atividades educacionais, independentemente de aproveitamento, exceto quando o condenado for autorizado a estudar fora do estabelecimento penal. Neste caso, o preso tem que comprovar, mensalmente, por meio de autoridade educacional competente, tanto a frequência, quanto o aproveitamento escolar. E Marcelo estaria burlando esse certificado.
Alan Cosme/HiperNoticias
Operação do GCCO foi deflagrada nesta manhã de quarta-feira
Por enquanto, os detalhes de como acontecia as falsificações de decumentos não foram repassados, porém o delegado Diogo Santana também irá cumprir mandados de buscas em instituições de ensinos de Cuiabá, que estariam liberando esses documentos.
Outro que estaria se beneficiando com a situação de falsificação de documento para remição de pena é Márcio Batista da Silva, 41, cujo apelido é Dinho Porquinho. Ele é traficante do Rio de Janeiro já condenado a 56 anos e 2 meses de prisão por crimes de tráfico de drogas, associação criminosa, lavagem de dinheiro e 3 homicídios qualificados praticados naquele estado.
Atualmente cumprindo pena no regime semiaberto e usando uma tornozeleira eletrônica, Dinho Porquinho mora em Cuiabá, no luxuoso condomínio Bonavita, na Rua Juliano da Costa Marques, bairro Jardim Aclimação. Ele tem autorização judicial para trabalhar e cursar Engenharia Civil na Universidade de Cuiabá (Unic).
Dinho Porquinho é considerado amigo de Rogério 157 e Nem, maiores traficantes do Rio de Janeiro.
Marcelo Vip's
Ao longo de sua trajetória no crime, Marcelo Rocha foi piloto de avião para o narcotráfico e também realizou diversos golpes de estelionato, para tanto assumindo identidades falsas, se passando inclusive como filho do dono da Gol Linhas Aéreas, Henrique Constantino.
Rocha ficou famoso por dar entrevista ao jornalista Amaury Júnior e ser o dono da história que resultou no filme Vip's, estrelado pelo ator Wagner Moura.
O mandado de prisão contra ele foi cumprido em sua residência, no condomínio Pantanal Parque, no bairro Jardim Aclimação.
Pitágoras foi detido em sua casa, em um condomínio de Cuiabá e Dinho Porquinho foi preso no Bonavita, onde reside em Cuiabá.
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