O juiz Jerferson Schneider, da Quinta Vara da Justiça Federal, condenou os ex-secretários Eder de Moraes e Vivaldo Lopes referentes à lavagem de dinheiro investigada durante as 11 fases da Operação Ararath, desencadeada pela Polícia Federal em 2014.
Alan Cosme/Hipernoticias
Segundo a sentença, Eder deve cumprir 12 anos de prisão em regime fechado e Vivaldo a oito anos. Além de pagamento de indenização no valor de R$ 520 mil. Vale ressaltar que Moraes já foi condenado pelo mesmo juiz a 69 anos e seis meses de detenção pelos mesmos crimes, conforme a conddenção anterior, do mesmo magistrada, proferida em 15 de novembro de 2015.
Conforme a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), utilizando a quebra de sigilo bancário e a colaboração de Gércio Marcelino Mendonça Júnior, Júnior Mendonça, chegou a conclusão de que os acusados Eder e Vivaldo operavam “instituição financeira clandestina, captando, emprestando, intermediando e lavando dinheiro oriundo de crimes cometidos contra a administração pública estadual, via empresas Globo Fomento Ltda e Comercial Amazônia De Petróleo Ltda, pertencentes a Mendonça".
Conforme provas encaminhadas à Justiça Federal pela Polícia Federal, foram realizados repasses entre janeiro e março de 2010 por meio de contas da Globo Fomento Mercantil Ltda. e Comercial Amazônia de Petróleo, também delator do esquema de crimes contra o sistema financeiro. Os repasses totalizaram R$ 520 mil. As empresas são citadas no esquema de desvio de verbas públicas.
Essa é a primeira vez que Vivaldo é condenado. Ele trabalhou com Eder, movimentando dinheiro e fazendo agiotagens, segundo a Justiça Federal, apenas no Mixto Esporte Clube. Eles fizeram empréstimos usando o nome da empresa Brisa, que era comandada por Vivaldo.
Na primeira decisão de condenação de Eder Moraes, Schneider afirmou que em apenas uma movimentação Eder transferiu mais de R$ 500 mil para a conta de Vivaldo sem qualquer contraprestação de serviços, indicando que as transações tentaram dar ares de legalidade a valores obtidos de forma ilícita.
Esse valor, segundo a defesa de Eder Moraes, na época feita pelos advogados Fábio e Paulo Lessa, seria proveniente de um patrocínio dado pela rede de postos de combustíveis Amazônia Petróleo, comandada por Júnior Mendonça.
Porém, Mendonça, em delação, disse nunca ter feito nenhum patrocínio ou repasse financeiro ao Mixto. Nas investigações, ainda foi confirmado que alguns valores eram repassados à empresa da esposa de Eder Moraes. Porém, até agora Laura Tereza da Costa não foi condenada por nenhum crime.
Eder foi presidente do Mixto entre os anos de 2009 e 2013. Após sua saída do mandato de cartola, ele foi preso três meses.
Esta é segunda vez que Eder é condenado em procedimento oriundo da Ararath, na primeira condenação recebeu 69 anos de reclusão. Com isso o ex-secretário acumula pena de 81 anos de prisão, inicialmente em regime fechado.
Eder foi secretário de Fazenda durante a gestão do ex-governador e atual ministro, Blairo Maggi, e chefe da Casa Civil, no mandato do ex-governador Silval Barbosa, que está preso do Centro de Custódia da Capital (CCC) há 11 meses, por conta da Operação Sodoma.
Vivaldo foi adjunto de Eder nas Scretarias de Fazenda e Casa Civil. Eles poderem recorrer da decisão.
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