Nísia participa desta terça de uma sessão da Comissão de Assunto Sociais (CAS) do Senado para responder sobre temas como dengue, crise Yanomami, e também sobre políticas colocadas em prática pelo Ministério da Saúde.
"Eu me sinto honrada por ocupar esse ministério, não há nenhuma hipótese de eu desistir desse trabalho. Quem é responsável pela minha nomeação é o presidente da República, presidente Lula, que me convidou", disse a ministra.
Desde janeiro, Nísia tem sido alvo de fritura dentro e fora do governo. A ministra viu a tensão escalar sobretudo após a reunião ministerial de março, quando foi cobrada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito de resultados na pasta no que diz respeito à dengue, crise Yanomami e os hospitais federais do Rio de Janeiro.
Na sessão desta terça-feira, Damares afirmou que não há torcida contra a ministra e que os senadores querem que ela dê certo, mas questionou a gestão de Nísia. "A senhora é uma boa técnica, é uma grande profissional, uma grande cientista, mas os erros da sua pasta são gritantes", afirmou.
Durante a fala, Damares criticou a condução do ministério no que diz respeito à vacinação contra dengue e à crise Yanomami.
"A senhora está sendo sabotada dentro do ministério? A senhora tem controle de tudo que está acontecendo ali? A senhora está confortável em continuar nesse cargo? A senhora é muito boa, não termina a sua história na condução dessa pasta, se a senhora não estiver se sentindo confortável", disse Damares.
Além de dizer que não desistirá, a ministra afirmou que continuará trabalhando na defesa do SUS e dos cidadãos brasileiros. "Como nas várias estratégias que recuperamos e nas inovações que temos feito", afirmou.
Ao longo da sessão, senadores da oposição e da base do governo trocaram farpas. Na ocasião, a conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia foi lembrada e criticada. O governo atual também foi criticado, sobretudo no que diz respeito a falhas na condução do combate à epidemia de dengue. Uma das menções foi a baixa adesão à vacinação.
Nísia respondeu que estratégias paralelas de combate à doença estão em curso e que "se não houvesse negacionismo à vacina, certamente as famílias estariam levando suas crianças e jovens para serem vacinados".
Durante a sessão, senadores reclamaram da falta de proximidade da ministra com o Senado. Uma das principais críticas contra a ministra é a falta de traquejo político na condução da pasta. Em outubro de 2023, a ministra Nísia Trindade participou de uma reunião conjunta da CAS e da Comissão de Direitos Humanos.
De acordo com a assessoria parlamentar do Ministério da Saúde, Nísia já foi oito vezes ao Congresso Nacional, sendo seis delas na Câmara e duas no Senado. Em 2023, a ministra recebeu 212 deputados e 42 senadores. Neste ano, até o momento foram 36 deputados e quatro senadores.
(Com Agência Estado)
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