A soma dos recursos que têm origens duvidosas, passaram a ser chamados de “Caixa 2”, que é na verdade, a matriz de todos os crimes eleitorais.
Como não se tem a dimensão do dinheiro utilizado em campanhas eleitorais, esses recursos financiam todas as despesas, por vezes através de lavagem de dinheiro, que podem ter a sua origem no tráfego ou outras atividades criminosas dentro das ações do submundo das licitações em órgãos públicos, a exemplo do que ocorreu com o mensalão e sangue suga.
Toda a despesa das campanhas eleitorais, a exemplo das moedas, tem dois lados: a contabilidade legal e a ilegal. Tendo de um lado o realismo do registro contábil em conta corrente que registra todas as entradas e saídas de recursos e que ficam de base para a elaboração da Prestação de Contas e de outro lado está a hipocrisia do não registro, por ser volume em espécie, passados de mão em mão, vindo de muito lados e por ser em espécie, não são declarados.
Não é fácil pegar em flagrante os transportadores de numerários, pois é um crime financeiro organizado, por ser um sistema organizado influencia nos resultados, transitam livremente em todas as esferas do mundo obscuro do sistema eleitoral.
Na verdade os recursos oriundos do Caixa 2, é um crime conhecido como lavagem de dinheiro sujo, se fosse fácil localizar e pegar os manipuladores, poucos candidatos e pouquíssimos partidos escapariam da Justiça Eleitoral, mas como esses recursos não estão nas prestações de contas, o caminho da fiscalização só tem uma saída, que é desenvolver as investigações sobre aqueles que abusam do poder econômico com campanhas milionárias, que são crimes explícitos a olhos nus.
As regras legais só existem para aqueles que usam somente recursos em que se sabe a origem e vindo de doações oficiais. Ser eleito neste país envolve muitos recursos financeiros, e o povo fica sem entender, como é que possível gastar um milhão para eleger um Vereador ou 10 milhões para eleger um Deputado, essa é única matemática inexata, pois os 48 meses de proventos de um mandato parlamentar, não pagam os recursos gastos em campanha individualiza.
Como sabemos, cabe aos próprios deputados e senadores promover as alterações na legislação, tornando as regras mais rígidas no sistema eleitoral, por isso, tenham certeza que isso vai demorar a acontecer, pois a maioria deles são os próprios beneficiados, por isso, é muito difícil acreditar que algo vai mudar.
Todos os Partidos e todos os candidatos quando se fala no assunto “Caixa 2” , seguem pelos discursos, que veem carregados de moralismos, mas na hora de usar os recursos sujos, os partidos preferem seguir pelo caminho da informalidade desses valores recebidos em espécie, que não são declarados e que se transformam numa espécie de crime não tipificado, e assim segue o jogo.
Fica a pergunta: de onde vem toda essa “grana” não declarada? A grande verdade é que o Caixa 2, é a única matemática que não é exata, pois não existe registro na prestação de contas, mas prove a eleição de candidatos financiados pelo crime de lavagem de dinheiro sujo, e que no futuro, os criminosos exigem o retorno, pois nada vem de graça no mundo do crime organizado.
*WILSON CARLOS FUÁH é Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.
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