| Mayke Toscano/Hipernoticias |
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| Advogado Jorge Luiz de Godoy usou capacete para dizer que testemunhas falharam |
O debate entre defesa e acusação começou com o promotor Antônio Sérgio Piedade fazendo a explanação dos fatos. Para o representante do Ministério Público, não há dúvidas de que o depoimento de Hércules Augustinho foi tramado para sanar culpa de outro envolvido do crime de pistolagem, que é Célio Alves.
“Ele já foi condenado a mais de 100 anos. No Brasil o preso pode ficar na cadeia até 30 anos, então não importa por quanto tempo vai ser condenado, ele tem o tempo para ficar na cadeia”, ressaltou afirmando que ninguém atira com pistola 9mm quando não há intenção de matar.
Antônio Sérgio leu parte do depoimento prestado pelo dono da oficina, onde estavam Rivelino Jacques Brunini, Fauze Rachid Jaudy e Gisleno Fernandes no momento dos disparos e na execução dos dois primeiros A oficina era localizada na Avenida Rubens de Mendonça, perto da Clínica Femina.
Segundos relatos do proprietário da oficina, Marisvaldo Gomes Bezerra, tudo aconteceu muito rápido e devido a normalidade do dia e da quantidade de motos que iam ao local, não deu tempo de observar detalhes do veículo em que o ex-cabo Hércules estava.
O promotor salientou que ação foi para matar. “O ataque foi de surpresa, rápido e certeiro. Vítimas não tiveram nenhuma chance de defesa. O crime foi cometido conforme paga com promessa de recompensa. Qualificadora do motivo torpe, tudo porque estava atrapalhando os negócios de Arcanjo. Impossibilitou a defesa das vítimas”, declarou o promotor.
DEFESA
O advogado Jorge Luiz de Godoy disse que Hércules não matou Fauze Rachid Jaudy, contudo não soube apontar quem fez os disparos. No entanto, o jurista disse que seu cliente foi contratado para matar Rivelino Jacques Brunini e recebeu para isto, mas não é culpado pela morte de Fauze.
O jurista questionou imparcialidade do corpo de jurados, ressaltando que os mesmo têm que estar abertos para ouvir os dois lados, pois no depoimento do ex-cabo não há meias verdades. A defesa contestou culpabilidade de Hércules e apontou irregularidades nos depoimentos de testemunhas e possíveis contradições.
O clima ficou tenso no instante em que o Jorge Luiz pegou um capacete para simular cena do crime, apontado que testemunhas não sabiam cor da moto, mas mesmo com o capacete enxergaram Hércules. A estratégia foi feita para fixar a tese de negativa de autoria.
O jurista mencionou que as provas do Ministério público “são plantadas e forjadas”. E o promotor Antônio Sérgio revidou e disse que “tudo que o advogado falou é muito grave. Talvez os procuradores e promotores são bandidos”, ironizou, apontando que a defesa estava desesperada.
Após bate-boca entre defesa e acusação, a juíza que preside o júri Popular, Mônica Perri, determinou que o advogado Jorge de Godoy não utilizasse o capacete, pois objeto não estava nos autos.
Godoy disse que mesmo morto, Rivelino Brunini não era “flor que se cheire”, que também vivia no submundo, pois andava armado e tinha seguranças.
O jurista continuou a defesa tentando mudar teor do diálogo feito anteriormente em relação o Ministério Público e disse que erro pode ter sido cometido na fase de investigação e chegou ao órgão com falhas.
Para cada uma das partes foi disponibilizada uma hora e meia.
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