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Quinta-feira, 29 de Agosto de 2019, 10h:15

O buracão do largo do rosário

WILSON CARLOS FUÁH

Reprodução

Wilson Fu?h

Existe um triangulo com seus três pontos,  ligando a Av. Coronel Escolástico, o Alto do Rosário e o Palácio das Águas na prainha, e na ponta do triangulo tinha o “buracão”, e para todos os antigos moradores do bairro areão, conhecia-o como “O Buracão” e nunca se falou em “ilha de banana”. 

Porque buracão?

Todos os antigos moradores “areão”, composto pelas Ruas São Benedito, São Francisco e Av. Coronel Escolástico, sempre ouviam seus ancestrais a contar a “Lenda da Alavanca de Ouro”, e que constituía em relatos que aumentavam  de pessoa a pessoa que dispunha a contar, e que em resumo também contamos:

Em Cuiabá, se achava ouro por toda “parte”, bastava fazer um buraco, logo encontra ouro, e os primeiros moradores construía as suas casas em cima da descoberta, por isso, as ruas eram tortas e os alinhamentos irregulares. 

Contam às “estórias” que um negro escravo  lá do Alto do Rosário, olhando em direção ao que hoje está a Av. Coronel Escolástico, a meia noite na escuridão da antiga Cuiabá, avistou um brilho de doer nos olhos, e apareceu um objeto reluzente em forma de uma “Alavanca de Ouro”, e logo pela manhã todos os moradores do areão, já disparavam as suas versões: uns diziam que ali morava a “mãe da terra” ou a “mãe do ouro”.

E por lei da época, o negro escravo teria que contar ao seu dono, para este pudesse tomar posse da riqueza do “achado”, e como o escavo espalhou para todos antes de contar ao seu Dono, este por dia após dia, o  feitor de chibata nas mãos, fazia os escravos “cavucar” em busca da Alavanca de Ouro. 

E ali formou um enorme buracão, e este ao desbarrancar, engoliu a todos, e morreram todos os escravos,  e assim, todos os moradores evitavam em passar por ali, pois ouviam-se choros e urros dos espíritos dos escravos que ficaram enterrado no buracão, e diziam que o local ficou “mal assombrado” pois todas as noites ouviam-se urros, gemidos e gritos vindo do fundo do buracão, por isso, ficou o no nome de Buracão do Largo do Rosário.

Agora, dizer que ali tem a denominação de “Ilha da banana”, é desrespeitar a história de Cuiabá, são coisas daqueles que chegaram “três antionte” e que pensam que Cuiabá começou com sua chegada deste.

Como chamar “Ilha da Banana” se ali nunca houve plantação alguma, o que “nóis cuiabanos dos pés rachados” sabemos muito bem que:  ali tem sim, a “Maldição da Mãe do Ouro”, e, é bom ter cuidado ao mexer com aquilo que não se conhece, pois pode chegar ao desconhecido e as descobertas serão muito estranhas os projetos “utópicos”.

Quando participei da Audiência Pública na AL/MT, em 2018 sobre a Construção da Estação do VLT,  no Largo do Rosário, falei sobre essa lenda do Buracão, e dei uma sugestão para que fosse construído naquele lugar um monumento com um Negro com uma alavanca de Ouro, para que a história da antiga e querida Cuiabá não fique  perdida no tempo.    

 

*WILSON CARLOS FUÁH é Especialista em   Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.