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Segunda-feira, 19 de Agosto de 2019, 15h:27

Lideranças do PT defendem Rosa Neide e classificam operação como abuso de autoridade

FERNANDA ESCOUTO

Lideranças do Partido dos Trabalhadores (PT) criticaram a busca e apreensão feita pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Administração Pública (Defaz), nesta segunda-feira (19), na residência da deputada federal Rosa Neide.

zeca dirceu

 

Os correligionários Gleisi Hoffmann (PT-PR), Maria do Rosário (PT- RS) e Zeca Dirceu (PT-PR) usaram as redes sociais para classificarem a operação da Defaz, denominada “Fake Delivery”, como abuso de autoridade.

“Toda a minha solidariedade à @prof_rosaneide, que sofreu hoje com mais um exemplo de abuso de autoridade e perseguição. Por que fazer busca e apreensão em sua residência se a deputada sequer é investigada e se ela já se colocou à disposição das autoridades?”, disse Hoffman em seu perfil do Twitter.

Já a petista do Rio Grande do Sul definiu a busca e apreensão à residência de Rosa Neide como um espetáculo e destacou que o “crime” da colega de Mato Grosso é ser “Lulista, PT, comunista (nem sei se é) e pior que tudo pro governo fascista...mulher e professora!”.

Para Zeca Dirceu, filho do ex-ministro José Dirceu condenado na Operação Lava Jato, Rosa Neide teve a casa invadida ilegalmente.

“Bolsonaro e Moro fazem isto, por um simples motivo, Rosa Neide é uma das maiores defensoras da educação pública, gratuita e de qualidade. Lei de abuso de autoridade neles já!#Educação”, diz o post do deputado.

Mais cedo ao HNT/Hipernotícias, Rosa Neide, classificou a ação policial como pirotecnia, disse que está tranquila e que "não tem nada a ver com isso".

A deputada declarou que, embora não seja investigada, irá colaborar com a polícia.

Operação Fake Delivery

A Polícia Civil de Mato Grosso cumpriu um mandado de prisão preventiva e uma ordem de busca e apreensão, na operação denominada "Fake Delivery", que apura a aquisição de materiais destinados às escolas indígenas. A operação foi deflagrada pela Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Administração Pública (Defaz). 

maria do rosario

 

O mandado de prisão foi expedido para o então secretário adjunto de Administração Sistêmica, à época, Francisvaldo Pereira de Assunção, e as buscas e apreensão na residência da deputada federal Rosa Neide, que era titular na Secretaria de Estado de Educação (Seduc) na ocasião da aquisição dos materiais, no final do ano de 2014.

Conforme a denúncia, elementos iniciais da análise dos processos apontam que parte dos materiais escolares foram entregues no setor de patrimônio da Seduc, correspondente ao valor de R$ 884.956,48 e que o montante de R$ 1.134.836,76 em material foi “supostamente” entregue diretamente na sede da Pasta, a Francisvaldo, sem que restasse evidenciado o destino desse volume expressivo de mercadoria.

Na investigação, há ainda outro indicativo de que os materiais foram adquiridos já com o propósito criminoso de desviar o patrimônio público em benefício particular, vez que o próprio coordenador da Coordenadoria de Educação Escolar Indígena (2010/2016) declarou que não lhe foi solicitado qualquer tipo de informação.

gleisi

 

Destaca-se a gravidade dos eventos criminosos, vez que cada recebimento irregular teria consumado um crime de peculato, ocorrendo, assim, 28 atos que indicam o delito em continuidade delitiva.

As testemunhas ouvidas indicaram que a aquisição seria uma determinação da então secretária, a deputada federal Rosa Neide. Em seu depoimento na Delegacia Fazendária foi detectado contradições, razão que motivou o pedido de busca e apreensão em desfavor dela.