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Quarta-feira, 07 de Agosto de 2019, 08h:27

Taques diz que está "louco pra falar" em juízo sobre grampolândia

PAULO COELHO

TCE-MT

Pedro Taques

Ex-governador fez sua defesa pessoalmente

Apontado por militares envolvidos no escândalo das interceptações telefônicas como o chefe do esquema criminoso, o ex-governador Pedro Taques PSDB) comentou o tema na noite dessa terça-feira (06). 

Questionado pela imprensa se já foi intimado a depor no caso da “Grampolândia Pantaneira” , agora na condição de ex-governador, Taques alegou que ainda não, mas que faz questão de depor.

”Eu estou louco para falar. Já peticionei em todos os locais para que eu possa prestar depoimento”, disse, admitindo que não o fez antes, por estar respondendo pelo papel de chefe do Executivo estadual.

“Como governador mantive a liturgia do cargo, mas agora eu não sou mais governador e eu, como todo cidadão, tenho o direito constitucional de exercer a sua defesa, como determina a própria constituição”, emendou.

Um relatório da Polícia Federal, emitido em julho de 2018, não descarta o envolvimento do ex-governador no esquema criminoso, apesar de afirmar que não foram encontradas, até o momento, provas contra Taques.

A investigação da PF, foi feito enquanto o caso estava no Superior Tribunal de Justiça (STJ), devido ao foro privilegiado de Taques.

Nesse relatório, assinado pelo delegado André Borges, a investigação ainda “não apresenta até o presente momento, prova indiciária robusta, que possa confirmar a hipótese criminal que tenha por fundamento a eventual participação do governador nas infrações penais apuradas”.

Entretanto, já sob a condução da Justiça de Mato Grosso, em 2019, o  caso ganhou novos elementos que colocam Pedro Taques, ao lado do primo dele Paulo Taques, ex-chefe da Casa Civil, como líderes do esquema de grampos. Novas afirmações e revelações foram feitas em juízo, pelos coronéis da Polícia Militar Evandro Lesco e Zaqueu Barbosa e também pelo cabo PM, Gerson Corrêa Júnior.

Os três são acusados de serem os principais responsáveis pelo esquema de interceptações telefônicas clandestinas no âmbito da Polícia Militar de Mato Grosso.

Ao juiz Marcos Faleiros, da 11º Vara Criminal Especializada em Justiça Militar de Cuiabá, Evandro Lesco, por exemplo, afirmou no mês passado que, Pedro Taques, por meio do primo Paulo, ordenou grampear ligações telefônicas do ex-vice-governador Carlos Fávaro (PSD).

Já o cabo Gerson, também em recente depoimento à Justiça, além de ter confessado sua participação no esquema criminoso dos grampos, disse que "os dono disso aqui são o Paulo Taques e o Pedro Taques".

O autos do processo seguem na Justiça comum, sob o comando do juiz da  7ª Vara Criminal da Comarca de Cuiabá, Jorge Luiz Tadeu que, há 10 dias, acatou denúncia do Ministério Público do Estado (MPE), quanto às escutas telefônicas contra o ex-chefe da Casa Civil, Paulo Taques.