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Cidades Quinta-feira, 29 de Setembro de 2011, 07:30 - A | A

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Quinta-feira, 29 de Setembro de 2011, 07h:30 - A | A

VOO 1907

Tragédia aérea em MT completa 5 anos e famílias se revoltam contra a Justiça brasileira

Em 29 de setembro, 154 pessoas morriam em acidente entre avião da Gol e jato Legacy, pilotados por dois norte-americanos que foram julgados e culpados pelo crime, mas a pena foi avaliada como um equivoco da Justiça em MT

HÉRICA TEIXEIRA

No dia 28 de setembro de 2006 acontecia uma das maiores tragédias aéreas do Brasil. Naquele sábado, por volta das 16 horas, 154 passageiros e tripulantes do voo 1907 da Gol, que partiu de Manaus com destino a Brasília (parada final no Rio de Janeiro), morriam por culpa de dois pilotos norte-americanos, comandantes do jato executivo Legacy, recém adquirido da Embraer.

O acidente aconteceu em Mato Grosso, no município de Peixoto Azevedo (696 km de Cuiabá). Daquela data até hoje, familiares das vítimas permanecem com misto de dor, saudade e revolta dos acontecimentos seguintes ao acidente aéreo.

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Dor pela perda trágica e irreparável das mortes. Saudade por não ter entre eles aqueles que partiram sem chances de despedidas, a não ser aquela no aeroporto. Também daqueles familiares que não viram seus queridos chegaram ao destino. E revolta por vivenciarem uma série de fatos pós-tragédia protagonizados por autoridades brasileiras, norte-americanas e, principalmente, o escárnio cometido pelos pilotos Joseph Lepore e Jan Paul Paladino.

Gabriel Soares/Hipernotícias

O Boeing da Gol, voo 1907 ia de Manaus (AM) para o Rio (RJ), com previsão de fazer uma escala em Brasília (DF). A colisão aconteceu na região Norte do país.

Familiares que perderam entes queridos estão inconformados com pena dos pilotos do Legacy, que mesmo com todas as evidências de irresponsabilidade foram “premiados” com por uma punição de prestação de serviços comunitário em uma entidade brasileira nos Estados Unidos.

Angelita Rosicler de Marchi perdeu o esposo, Plínio Luiz de Siqueira Júnior. Os dias de dor, saudade e revolta tem feito parte de sua vida. Em depoimento emocionado à reportagem, ela disse que a pena aplicada aos pilotos não pode ser considerada punição, é uma maneira simplificada de fingir que a justiça foi feita.

“A pena foi incondizente com tudo que aconteceu. Nós só ficamos com a nossa dor e nada aconteceu. Nós familiares sofremos com a perda e continuamos a sofrer com a impunidade”, afirmou.

Angelita avalia que a “pena é ridícula”, e defende que os pilotos percam a autorização para continuar pilotando (brevê) e também cumpram condenação na prisão. “A justiça reconheceu que eles foram culpados pelo acidente, eles tinham que ir para a cadeia e não fazer serviço comunitário. O que aconteceu tinha que servir de exemplo para todos os pilotos”, criticou.

A viúva disse que os pilotos foram irresponsáveis e o transporte aéreo não pode ser visto desta maneira. “Para transportar pessoas a responsabilidade é grande, não dá para brincar, testar. Na aviação existem normas e têm que ser cumpridas, assim como a justiça existe e tem que ser aplicada quando necessário”, avaliou.

Para Angelita, estes cinco anos sem seu esposo, tem sido muito difícil. Ela argumenta que apesar de ter se passado cinco anos, tudo parecer ser muito recente. “São cinco anos como se fosse hoje, está tudo muito vivo na minha memória e no meu coração”, declarou, ressaltando que fala em nome de todo os familiares que perderam cônjuges, filho, pai.

Para driblar a dor que é constante, Angelita apontou que tem que recorrer a atividades que fazem amenizar tanta solidão, revolta e contudo, dor. “Tenho me apegado a serviços sociais, me sinto mais confortável ajudando as pessoas. É muito difícil perder alguém tão próximo, muito difícil de aceitar. Essa dor não é fácil de ser trabalhada”, disse com voz embargada.

Arquivo pessoal

Rosane diz que filha sente-se culpada pela morte do pai, que saiu de Manaus para vê-la, em Curitiba
MUITA REVOLTA

Já Rosane Gutjahr, que também perdeu seu esposo, Rolf Gutjahr, disse que a revolta é muito grande. E que enquanto viver vai lutar contra a impunidade dos pilotos norte-americanos.

A empresária citou que há inúmeras provas de que os pilotos estão errados e mesmo assim o juiz federal em Mato Grosso, Murilo Mendes, não deu pena à proporção da tragédia.

“Eu fico indignada com essa pena branda. As pessoas morreram, eu brigo pela dignidade das pessoas. Os pilotos foram irresponsáveis, não tinha noção de como operar o Legacy e ainda ficaram de gozação com nós brasileiros. Eu sinto revolta pelas pessoas que morreram e por nós”, falou, argumentando que se as autoridades não tomarem medidas fortes, pode abrir precedentes para outros casos como este esse.

Rosane ainda disse que é difícil imaginar que os pilotos continuem exercendo suas atividades e colocando a vida de outras pessoas em risco. “Estamos lutando para provar óbvio, é difícil falar da nossa revolta. É muita saudade, raiva, dor”, disse Rosane, que por várias vezes interrompia a conversa para chorar.

A empresária ainda falou da dificuldade de criar sua filha sem a figura paterna. “A minha filha tem nove anos, quando aconteceu o acidente ela tinha apenas quatro anos. Ela chega a se culpar pela morte do pai, porque no dia do acidente eu falei a ela que o meu marido viria só para ver ela, então ela acha que o pai morreu por causa dela”, explicou, informando que o casal e a filha moravam juntos em Curitiba, mas tinham empresas em Manaus, então Rolf Gutjahr viajava bastante.

 

 

 

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