Após um período de mais de 100 dias de estiagem, marcado pela baixa umidade do ar e altas temperaturas, Cuiabá tem registrado mudanças climáticas na última semana. Ventania ao cair da noite, sensação de frescor pela manhã em alguns pontos da cidade e aumento na umidade relativa do ar têm se tornado cada vez mais comuns desde quinta-feira (12). Ao HNT/HiperNotícias, a Defesa Civil informou que as variações podem ser atribuídas à mudança de estação, do inverno para a primavera.
“Estamos vivenciando o final do inverno e início da primavera. Este período de transição pode misturar características das duas estações. Essa mudança faz com que a gente experimente sensações das duas estações no mesmo dia. Por conta disso, às vezes, temos os ventos pela noite e o calor acentuado durante o dia”, aponta Paulo Selva, tenente coronel do Corpo de Bombeiros Militar vinculado à Defesa Civil.
Com início no próximo dia 23 deste mês, a primavera deve amenizar a atual realidade climática do estado de Mato Grosso. Isso se deve ao fato de a estação ser caracterizada por temperaturas mais amenas, aumento na ocorrência de chuvas e alta na umidade relativa do ar.
À reportagem, o militar explicou também sobre a alta probabilidade de chuvas divulgadas pelo instituto de meteorologia Clima Tempo. Conforme o portal, durante a última semana, Cuiabá contava com a previsão de 90% de precipitação. Contudo, nenhuma chuva foi registrada na Capital nos últimos dias.
“O que pode estar acontecendo é que o instituto talvez utilize informações de estações meteorológicas, que fornecem dados sobre o clima local em tempo real. Enquanto outros portais oficiais utilizam dados de satélites, que levantam informações a níveis globais e, posteriormente, mapeiam tudo em um grande computador”, aponta o tenente coronel.
Paulo Selva destaca que é importante diferenciar como é o processo de análise dos dados sobre chuva em diferentes institutos. Segundo ele, em determinado portal uma precipitação de 1 mm - em que um litro de água é distribuído para 1 metro de área – pode ser lida como chuva, enquanto em outra instituição a mesma ocorrência pode ser desconsiderada.
“De repente, 3 mm para o CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) não configura chuva, mas para o Clima Tempo sim”, explica o tenente coronel.
Chuva “fantasma”
A probabilidade de 90% de chuva registrada sem que haja precipitação visível faz parte do fenômeno da “chuva virga”. A ocorrência se configura pela presença de chuva que evapora antes de tocar o solo.
“A virga é um fenômeno meteorológico que faz com que as nuvens carregadas se precipitem com chuva mínima. Só que, com a temperatura alta e umidade baixa, a chuva evapora antes de tocar o solo e ninguém vê”, destaca o membro da Defesa Civil.
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