Os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) continuam em greve estudantil desde a última terça-feira (08). Eles reivindicam que não seja implantada a nova política de alimentação proposta pela reitoria.
Na Assembleia Geral, que se iniciou as 17h e se encerrou as 21h, os estudantes de Cuiabá, em sua maioria, decidiram pela greve acompanhando os câmpus de Sinop, Araguaia e Rondonópolis. Além disso, decidiram pela ocupação unificada em Cuiabá. Atualmente 28 blocos já estão ocupados.
Os universitários também contam com o apoio de muitos professores. Também na última terça-feira, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso (ADUFMAT) aprovou o indicativo de greve. Foram 99 votos favoráveis, 81 contrários e oito abstenções.
De acordo com a assessoria da ADUFMAT, a questão mais urgente a ser tratada é sobre o Restaurante Universitário (R.U) e o apoio ao movimento estudantil. E chamam atenção também para os demais cortes de gastos e ações propostas pela administração da universidade.
“A situação do R.U reflete todo um contexto que a universidade está inserida, como o corte de recursos. Qual é a lógica em ter uma instituição pública, sendo gerida por dinheiro público e dando dinheiro para a iniciativa privada. Tem contratos que os valores são muito elevados”, declarou Luana Soutos, assessora da ADUFMAT.
Uma nova assembleia já foi definida para dialogar a possibilidade de greve dos professores e permanecerem em apoio aos estudantes. Ela será realizada na próxima terça-feira, 15/05.
Além disso, na segunda-feira (07), a reunião do Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) decidiu recomendar aos professores para que não seja realizada avaliações e o registro de faltas nesse período de greves e ocupações. E na próxima segunda, 14/05, o conselho discutirá a readequação do calendário acadêmico, para que nenhum curso seja penalizado.
A nova política de alimentação
Na Universidade Federal de Mato Grosso atualmente um estudante gasta cerca de R$54 mensais entre o consumo de café da manhã, almoço e janta. A nova proposta de reajuste dos valores que a Reitoria da UFMT fez é de que esse valor poderá ser quatro vezes maior, ou seja, o aluno poderá desembolsar R$256. Hoje o valor pago pelo café da manhã é de R$0,25 e R$1 no almoço e janta cada. Com o aumento, esses valores passariam a ser de R$1,50 para a primeira refeição do dia e R$5,00 para cada uma das demais refeições.
Em fevereiro deste ano, a UFMT publicou por nota que a nova política de alimentação já seria implantada no mês de março, o que motivou a greve estudantil. Os valores eram maiores. O estudante pagaria o valor integral de R$11 no almoço e na janta cada. Em resposta a essa proposta os estudantes de todos os campi passaram a se mobilizar e protestar contra o reajuste e a Reitoria decidiu adiar e fazer essa nova proposta de valores. Os campus de Cuiabá, Várzea Grande, Araguaia, Rondonópolis e Sinop permanecem contestando essa decisão e propondo outras alternativas, pois defendem a permanência dos valores atuais para todos, sem distinção de renda.
De acordo com a Universidade, essa alteração é em decorrência do corte dos gastos públicos pela PEC 55. Essa emenda constitucional proposta pelo Presidente Michel Temer, que foi aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado em 2016, prevê esse congelamento dos gastos por 20 anos, para conter o rombo nas contas públicas e tentar solucionar a crise econômica. Situação que afeta o orçamento e gera impactos na área de alimentação estudantil, entre outras.
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