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Cidades Segunda-feira, 11 de Fevereiro de 2019, 17:27 - A | A

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Segunda-feira, 11 de Fevereiro de 2019, 17h:27 - A | A

ARTISTAS QUESTIONAM ESCOLHAS

Edital que aprovou projetos artísticos para os 300 anos de Cuiabá é alvo de críticas

LEONARDO HEITOR

A destinação de pouco mais de R$ 2 milhões em recursos da Prefeitura de Cuiabá para projetos culturais relativo aos 300 anos da Capital provocou polêmica no meio artístico. A seleção de projetos que não contemplariam os segmentos previstos são algumas das queixas feitas pelos artistas.

 

Luiz Marchetti

Luciene Carvalho

Projeto de Luciene Carvalho não foi aprovado 

Dos 151 projetos inscritos, 51 foram selecionados, em oito categorias:  Audiovisual, Patrimônio, Cultura Popular, Folclore e Artesanato, Artes Cênicas, Música, Artes visuais e Literatura. Este último foi o foco da maioria das reclamações, já que a proposição contemplada seria, na opinião de artistas do setor, de outra modalidade artística.

 

Um dos projetos que foi preterido no âmbito da literatura é o da escritora e poetisa Luciene Carvalho. Autora de 11 livros, ela havia proposto a criação de uma casa com o intuito de fomentar a criação literária na capital.

 

“A literatura é a linguagem artística cuiabana que tem maior alcance nacional, com nomes como Manoel de Barros, Lucinda Nogueira, Ricardo Guilherme Dicke, Aclyse Mattos, Ivens Cuiabano Scaff, entre outros. A ideia do coletivo era criar uma casa em parceria com a Secretaria de Educação Municipal, tendo assim um forte caráter de formação de público de leitura. Queríamos trazer a memória de 300 anos de poesia e colocar em uma casa lúdica”, afirmou.

 

Ao Hipernotícias, a escritora explicou que, na concepção do projeto, foi levado em consideração o caráter didático, tendo em vista que previa a realização de oficinas literárias e a participação de escolas, em palestras. Luciene Carvalho ressaltou ainda que os autores também dariam palestras de 1h30 ao público, para falar sobre as obras. Ela também questionou a indicação de uma proposição que não estaria inclusa no universo da literatura.

 

“São 16 poetas, sendo 11 deles vivos, que teriam seus livros comprados pelo projeto. Entre os que estão aqui, cada um também teria contato com o leitor de 1h30, de acordo com sua disponibilidade. Não estamos falando de difusão, mas sim do fazer literário. Contação de histórias está incluso em artes cênicas e não em literatura. Não questiono o projeto, nem sua qualidade, mas sim sua destinação. É uma questão de coerência”, comenta.

 

O advogado e escritor Eduardo Mahon, que participou de reuniões onde foram definidas as diretrizes dos projetos que seriam contemplados no segmento da literatura, aponta que havia inclusive um acordo com a Prefeitura, de aprovar apenas proposições relativas ao setor. Ele contou ainda que o secretário adjunto de Cultura de Cuiabá, Justino Astrevo, estava presente nas reuniões e teria concordado com o pedido do segmento.

 

“O Justino Astrevo estava na reunião e atendeu à solicitação dos escritores, pessoas que lidam com a literatura, em dividir por dois o montante de R$ 300 mil, sendo R$ 150 mil para a produção de 10 livros e a outra metade para um projeto coletivo literário. Também discutimos, na ocasião, que contação de histórias, em um palco, é teatro e dramaturgia, não literatura. Ficou definido que o dinheiro seria encaminhado para este grupo de autores”, disse.

 

Alan Cosme/HiperNoticias

eduardo mahon

 Mahon crítica escolha de Conselho

Mahon lamentou a decisão do Conselho Municipal de Cultura, que escolheu o vencedor, e questiona a importância de se aprovar um projeto como o que foi contemplado. Na opinião do advogado e escritor, a proposição não fomentaria a literatura de Mato Grosso, citando ainda outros dois projetos que concorriam ao edital.

 

“A Larissa Silva Freire apresentou um projeto magnífico, sobre a obra de Silva Freire, assim como a Luciene Carvalho, que uniu 16 autores de Mato Grosso. Outra pessoa que não é da literatura, nem autor mato-grossense, propôs sobre contação de histórias e ganha o edital. Vai contar o que? Ensina alguém a escrever ou produzir um livro? Seria o mesmo que colocar para concorrer em literatura um filme baseado em um livro. É outro segmento. Eu lamento a interpretação do Conselho, que foi contra o que havia sido decidido com a categoria. O projeto que ganhou, sequer deveria se classificar”, explicou.

 

Justino Astrevo, que além de secretário adjunto de Cultura do município, também faz parte do Conselho, explicou que a proponente escolhida atua na contação de histórias, mas que seu projeto é mais amplo e contempla a literatura. Ele também explicou que caso algum dos proponentes tenha se sentido prejudicado, pode entrar com um recurso até quarta-feira.

 

“Em relação ao questionamento, a proponente trabalha com contação de histórias, mas não é só isso. O projeto é bem amplo e tem várias ações que envolvem a literatura. A pessoa que se sentiu prejudicada pode entrar com recurso até quarta-feira. O conselho se reunirá e decidirá posteriormente sobre os argumentos apontados. Ele terá até uma semana para dar uma resposta”, disse.

 

Uma das proponentes, Luciene Carvalho, afirmou que irá recorrer da decisão. Astrevo afirmou que o mesmo projeto, chamado de “Contos do Mato”, já teria inclusive sido aprovado em edital semelhante, proposto pelo Governo do Estado, na categoria de literatura, sem objeções do meio artístico. Ele também detalhou alguns pontos da proposição.

 

“O projeto Contos do Mato já foi, inclusive, executado no passado com recursos de edital do Governo do Estado, no segmento da literatura. Na ocasião, não houve esse questionamento. As histórias que serão contadas sairão de livros de Dunga Rodrigues e Silva Freire, por exemplo. Não daria para o Conselho aprovar algo que não fosse literário”, completou.

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