"É simplesmente injusto punir o País, seus trabalhadores e suas empresas por uma decisão amplamente baseada em provas, comprometendo suas empresas e seus trabalhadores. Também é injusto punir ministros que, com coragem e independência, cumpriram o seu papel. No Brasil, a quase totalidade da sociedade reconhece que houve uma tentativa de golpe e que é importante julgar seus responsáveis", afirmou Barroso.
O ministro rebateu as alegações de que o Supremo conduza uma "caça às bruxas" a Bolsonaro e à extrema direita, em referência à justificativa do governo dos EUA para impor uma sobretaxa de 50% sobre importações brasileiras. "Nenhuma decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro tem pretensão de alcance extraterritorial. Nós só cuidamos do nosso jardim. Mas, sobretudo, não existe caça às bruxas ou perseguições políticas. Tudo o que foi feito baseou-se em provas, evidências exibidas publicamente", salientou, citando a existência de um plano para assassinar o presidente da República e o ministro Alexandre de Moraes, a minuta golpista e um discurso pós-golpe preparado para Bolsonaro.
Também negou que haja censura no Brasil e destacou que "vigora a mais plena liberdade de expressão" no País. "Eu sou uma pessoa que leio de tudo. E recebo diariamente, de veículos de imprensa e de blogs, as críticas mais ácidas ao governo, ao Congresso e, sobretudo, ao Supremo Tribunal Federal. Muitas delas grosseiras e ofensivas. Todos esses veículos continuam no ar, sem qualquer abalo. Lê quem quer, acredita quem quer", disse.
O ministro começou sua fala exaltando suas ligações pessoais e acadêmicas com os EUA. "Como é público e notório, e vivi, estudei e trabalhei nos Estados Unidos em épocas diferentes da minha vida. Na adolescência, fiz intercâmbio em Michigan com uma adorável família de quem sou amigo até hoje. Gente simples, tradicional, conservadora. Eu julgo as pessoas pelo caráter, não pela ideologia", disse Barroso, citando também seu mestrado na Universidade de Yale, um trabalho em Washington, um pós-doutorado na Universidade de Harvard e sua atuação como professor na Kennedy School desde 2018.
"Faço essa breve descrição para deixar documentado que todos os meus sentimentos em relação ao país são bons: tenho ligações acadêmicas lá, tenho amigos queridos, admiro pessoas e instituições", disse.
(Com Agência Estado)
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