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Artigos Sexta-feira, 19 de Julho de 2019, 10:40 - A | A

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Sexta-feira, 19 de Julho de 2019, 10h:40 - A | A

NEILA BARRETO

Ana Luiza Prado Bastos: Professora Galega

NEILA BARRETO

Divulgação

Neila Barreto

Descendente de Augusto João Manuel Leverger. Nasceu em Cuiabá-MT, aos 24 de agosto de 1898, filha de Egídio da Silva Prado e Regina Leverger Corrêa Prado.

Seus estudos foram realizados na Capital, tornando-se professora pela Escola Normal Pedro Celestino, formando-se no ano de 1917, ocasião em que foi lecionar em Três Lagoas (MS) e, depois, em Campo Grande (MS), em 1932, durante as décadas de 30 e 40. Só retornou à capital em 1946, quando reafirmou a sua posse na academia. Era conhecida, na intimidade, como Professora Galega.

Em 1921, quando foi criado o Centro Mato-Grossense de Letras, integrou o quadro dos sócios fundadores e, também, sua primeira diretoria, na função de Tesoureira, depois ocupou a Cadeira 27, da Academia Mato-grossense de Letras – AML, em 1932, permanecendo nela por seis décadas, com 30 membros. Em 1945, para padronizar, foram criadas mais dez cadeiras. A primeira ocupante da Cadeira no 27, a única até então.

Em 1923, ao se casar com o escritor e jornalista Clodomiro de Oliveira Bastos, mudou-se para Campo Grande (MS), onde, em 1935, fundou a Escola Primária Barão de Melgaço, contribuindo para o desenvolvimento da educação e da sociedade. Dela foi a única proprietária até o final da década de 1960.

Teve efetiva participação nas obras de cunho social, cultural, e filantrópico nas cidades em que residiu, conforme a professora Yasmin Jamil Nadaf, escritora e, também, membro da Academia Mato-grossense de Letras.

Foi uma das fundadoras do Grêmio Literário Júlia Lopes, ao lado de Maria Dimpina Lobo Duarte, Marianinha Póvoas, Maria de Arruda Müller, Regina Prado e muitas outras, responsáveis não só pela administração da entidade, mas vanguardistas no espaço cultural, criando a revista A Violeta, periódico de grande circulação nos meios intelectuais de Mato Grosso.

Detentora de cultura exemplar, colaborou em diversos periódicos de Mato Grosso, a exemplo da Revista Folha da Serra, de Campo Grande, contribuindo com muitos artigos sob o pseudônimo de Delorme Vaz, no periódico “Folha da Serra” e, também, Zilá Donato, na Revista Violeta. Com suave inclinação para as Letras, possuidora de um estilo delicado, ainda colaborou com diversos outros jornais mato-grossenses.

Lecionou na escola normal de Campo Grande (MS), nas décadas de 30 e 40, junto às professoras cuiabanas que deixaram seu nome na história do ensino de Mato Grosso, tais como: Maria Constança de Barros Machado, Elisa Silva, Elvira Pacheco, Simpliciana Correa, Helvecina Reveilleau, Sofia Berenece. Essas professoras enfrentaram corajosamente um meio estranho, moravam em casas de amigos e dedicavam-se de corpo e alma ao ensino. Nunca faltavam às aulas, nem reclamavam das longas horas que passavam ao lado dos alunos. Quando casavam, repartiam com os alunos o amor dos filhos, da mesma forma que fazia a professora Vera Pereira do Nascimento, em Nossa Senhora do Livramento (MT).

Palestras diversas foram proferidas pela Acadêmica Ana Luiza. Depois dela e de Maria de Arruda Müller, levou muito tempo para que outras mulheres viessem tomar assento numa cadeira na Academia Mato-grossense de Letras (AML), na Casa Barão de Melgaço, como as escritoras Vera Yolanda Randazzo e Maria Benedita Deschamps Rodrigues, ambas de respeitáveis prendas e de muita produção na área da cultura mato-grossense.

Hoje, a AML soma mais mulheres, tais como: Elizabeth Madureira Siqueira, Nilza Queiroz Freire, Marília Beatriz de Figueiredo Leite, Maria Cristina Aguiar Campos, Sueli Batista dos Santos, Lucinda Nogueira Persona, Amini Haddad Campos, Olga Maria Castrillon Mendes, Luciene Carvalho, Marta Cocco e Yasmin Jamil Nadaf e, 27 acadêmicos.   

Seu nome é lembrado na escola Escola Municipal “Ana Luiza Prado Bastos”, localizada no bairro Osmar Cabral, na capital.

Em Campo Grande (MS) uma Biblioteca Pública Municipal fundada em 28 de novembro de 1932 pelo médico e beletrista Perí Alves Campos e doada em 05 de março de 1940, a à municipalidade, em sua atual sede, situada no Parque Florestal Antônio de Albuquerque (Horto Florestal), foi inaugurada em 19 de maio de 1995, com o nome de Anna Luiza Prado Bastos – professora Galega, homenagem a uma professora cuiabana, que muito contribuiu para educação em Campo Grande, fundadora do Colégio Barão de Melgaço e fez história entre seus alunos pelo empenho e carinho dispensados ao longo dos anos.

A biblioteca atende a diversas áreas do conhecimento, além de disponibilizar obras de autores e escritores das regionais, revistas de títulos variados, histórias em quadrinhos, obras em Braille, livros em áudio, além de alguns lançamentos de literatura, sendo a política de aquisição é feita através de doações, acompanha cinco salas de leitura que atendem a comunidade à população campo-grandense.

A Cadeira Nº 27 tem como Patrono: José Barnabé de Mesquita (Sênior) e, já foi ocupada por Ubaldo Monteiro da Silva, atualmente, ocupada pelo escritor João Carlos Vicente Ferreira.

Ana Luiza faleceu no Rio de Janeiro-RJ, aos 82 anos, lúcida e produtiva intelectualmente. A Professora GALEGA desapareceu, mas, já aos 82 anos de Cidade, estando no Rio de Janeiro, ainda escreveu uma poesia sobre o centenário de falecimento de Barão de Melgaço (seu bisavô), sob o título: AUGUSTO LEVERGER.

 

(*) NEILA MARIA SOUZA BARRETO é jornalista, escritora, historiadora e Mestre em História e escreve excepcionalmente nesta segunda-feira para HiperNotíciasE-mail: [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade dos autores e não refletem necessariamente a opinião do site de notícias www.hnt.com.br

 

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