"Silvio tem de sustentar a sua versão, senão é preso", diz Emanuel sobre CPI

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), acusado de receber propina do ex-governador Silval Barbosa (sem partido) quando era deputado estadual, adotou um novo 'bordão' para responder perguntas sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó: "A verdade está aparecendo", repete o chefe do Poder Executivo municipal diversas vezes. 

Alan Cosme/HiperNoticias

 

"A verdade está aparecendo, está se consolidando a cada depoimento, a cada trabalho da CPI", afirmou o prefeito Emanuel Pinheiro, durante inauguração da obra de drenagem do Viaduto Clóvis Roberto (UFMT) e da obra de paisagismo, executada pela Prefeitura. 

Nos dois últimos depoimentos, os depoentes entraram em contradição sobre quem teria convidado o ex-secretário Alan Zanatta para ir à residência de Silvio Cezar Correa, oportunidade na qual Zanatta gravou seu interlocutor. Já o delator Silvio Cezar reafirmou, por inúmeras vezes, que o dinheiro recebido por Emanuel no vídeo era 'propina'. 

"Não temos nada a ver com esse mar de lama, que foi denunciado. Ele vai sustentar a versão, isso está claro, mesmo não sendo verdadeira, porque senão ele seria preso. A mesma coisa vai ser o ex-governador [Silval Barbosa] amanhã. Ele tem de sustentar a versão", afirmou o prefeito. 

"Ele foi questionado sobre isso por um dos que o inquiriram (advogado de Emanuel, André Stumpf Jacob) e ele disse que sabe, se ele mudasse a versão poderia colocar por água a baixo a delação”, explicou Emanuel Pinheiro. 

"A verdade"

De acordo com o prefeito, o dinheiro diz respeito ao pagamento de pesquisa eleitoral realizada por uma empresa do irmão de Emanuel, Marco Polo Pinheiro, popularmente conhecido como Popó. Segundo Emanuel, Silval e Silvio tinha uma dívida com Popó desde 2011 e Popó estaria "executando a dívida" na Justiça para receber. 

"Isso nunca, ninguém havia falado. Isso ninguém sabia. O próprio delator já confirmou. O próprio ex-secretário de Indústria e Comércio já confirmou na gravação que fez espontaneamente e é essa a verdade que está aparecendo e vai se consolidar a cada dia. É só. Não falo mais sobre isso", asseverou Emanuel. 

Ainda de acordo com Emanuel, caso for convidado a comparecer na CPI do Paletó, ele vai avaliar em conjunto com a equipe de advogados. "O que você não faz pelo seu irmão, né? Então, em um momento oportuno, na Justiça vamos comprovar, um assunto sério. Me atacaram, me atingiram de toda a forma e começa a aparecer a verdade", disse. 

A CPI

A Comissão investiga o vídeo do prefeito Emanuel Pinheiro recebendo maços de dinheiro quando era deputado estadual. Os vídeos foram anexados na delação do ex-governador junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.

Além disso, o áudio encontrado pela Polícia Federal na residência do prefeito, durante a operação Malebolge, é objeto da investigação. O áudio foi gravado por Zanatta, com o delator Silvio Cezar Correa. O arquivo foi divulgado com distorções no conteúdo. O objetivo seria desclassificar a delação.

A CPI foi instalada no meio do mês de novembro é formada pelo presidente, vereador Marcelo Bussiki (PSB); um membro, vereador Mário Nadaf (PV) e pelo relator, vereador Adevair Cabral. A Comissão tem prazo de 120 dias, que começou a contar a partir da primeira sessão deste ano, para concluir as investigações. 

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