A juíza aposentada e pré-candidata ao Senado, Selma Arruda (PSL), afirma estar sendo alvo de uma campanha de difamação e negou ter escolhido processos pela “relevância social”, quando era titular da Sétima Vara Criminal de Cuiabá. Ex-assessores da magistrada, em depoimento, afirmaram que ela escolhia processos de acordo com a exposição na mídia.
Alan Cosme/HiperNoticias
Juíza Selma Arruda
Para Selma, está ocorrendo uma inversão de valores e tentam colocar ela no banco dos réus. "Eu tentei fazer as coisas da forma correto e honesta. Essa pessoa tem quase 200 processos e, de repente, quer me transformar em ré. Daqui a pouco eu vou ser presa por causa dos crimes deles. As coisas vão tomar um rumo completamente inverso", afirmou ao referir-se ao ex-deputado Humberto Bosaipo, condenado por ela.
De acordo com Selma Arruda, o Poder Judiciário tem um projeto intitulado “Justiça Plena”, no qual o Conselho do Tribunal de Justiça (CNJ) determinaria quais os processos irão tramitar como “prioridade” no sistema Apolo.
A magistrada aposentada também rechaçou críticas sobre ela, supostamente, estar perseguindo o ex-conselheiro do Tribunal de Contas e ex-deputado estadual, Humberto Bosaipo. De acordo com a juíza, quando os processos de Bosaipo “desceram” para a primeira instância, quando perdeu o foro, ela arquivou cerca de 40 ações por terem prescrevido.
Segundo Selma, a defesa do ex-deputado protocolava, constantemente, pedidos protelatórios e ela orientava aos seus assessores para indeferirem. “No direito, existe uma coisa chamada preclusão. Quando você já decidiu aquela coisa, a parte não pode voltar a pedir. A minha orientação era indeferir pedidos protelatórios”, disse.
Sobre a frase, na qual a ex-assessora afirma que ela escolhia processos por “relevância”, a juíza disse que foi uma parte “pinçada” fora do contexto, de forma irresponsável. Ainda de acordo com Selma Arruda, até alguns operadores do direito não conhecem a “Justiça Plena”. Declara que se surpreendeu ao ver que o magistrado não sabia do que se tratava.
Ela também se mostrou preocupada com a possibilidade de ter suas decisões alvos de questionamentos. Outros condenados, como o ex-governador Silval Barbosa (sem partido) poderiam “pegar carona” e tentar derrubar algumas de suas sentenças.
Apesar disso, as decisões foram proferidas em razão de o Ministério Público ter feito a denúncia, como consequência do trabalho de investigação da polícia. “Isso é um desserviço, vai ser um prejuízo muito grande para o Estado. É óbvio, uma decisão dessas vai ter uma repercussão muito negativa. Eu tenho, realmente, uma preocupação”, concluiu.
O caso
A defesa do ex-deputado Humberto Bosaipo requer ao desembargador Marco Machado, do Tribunal de Justiça (TJMT), que sejam nulos todos os atos decisórios da juíza aposentada Selma Arruda, nas ações em que o cliente figura como réu. A defesa alega parcialidade da magistrada em julgar processos de acordo com a relevância midiática do investigado.
O advogado pondera o uso dessas decisões para projeção na mídia e realização de campanha eleitoral, na qual Selma é pré-candidata ao Senado Federal.
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benedito costa 25/05/2018
Mesmo a senhora sendo ex magistrada, perdeu também a força? não há o corporativismo na magistratura?
Carlos Nunes 25/05/2018
No país das inversões do valores é isso mesmo...em vez do gato comer o peixe, é o peixe que come o gato. A Juíza SELMA, corajosa, enfrentou o crime organizado, as máfias, os corruptos, as facções, e mandou muitos pra cadeia. Deve estar até jurada de morte, como tá o Juiz Odilon, lá em Mato Grosso do Sul. Agora esses agentes do crime querem desmoralizar a Juíza...querem que ela seja a vilã dessa estória toda. Não, ela é a mocinha do filme, a heroína. Enquanto isso o Juiz MORO recebeu da University of Notre Dame, o título de Doctor Laws Honoris causa, pelos relevantes serviços prestados ao Brasil. Daqui a pouco, a corja estará difamando o Juiz também...no país das inversões de valores é assim mesmo. O Brasil precisaria de vários MOROS, de várias SELMAS, pra sentar a pua nesses agentes do crime.
2 comentários