Partidos tentam apagar história e mascarar a realidade ao adotarem novos nomes, diz cientista político

O ano de 2017 foi marcado por diversos escândalos políticos em todo o Brasil. Com isso, inúmeros partidos pretendem mudar de nome para apagar da história das agremiações, o passado corrupto. A avaliação é do cientista político e professor, João Edisom de Souza, que entende as mudanças de nomenclaturas como uma contribuição “negativa” para o país.

MDB, Patriotas, Mude, Podemos, Livres, Progressistas. Apesar dos novos nomes, nenhum deles é um partido novo de fato. São eles, respetivamente: PMDB, PEN, DEM, PTN, PSL e PP. Além disso, há outras agremiações cogitando alteraram as suas rubricas. Para o cientista político, parece “fugitivo da cadeia”, pois quando foge cria registro com outro nome.

“Isso é uma forma de mascarar a realidade, tentar enganar o povo, dizer: Olha, nós somos os mesmos, mas vocês fazem de conta que a gente não é. Não existe uma proposta nova, um conceito novo, nada de novo. Estão, apenas e tão somente, mudando a faixa da frente”, explicou o cientista, em entrevista ao HiperNotícias.

Na avaliação do estudioso, a mudança dos nomes ajuda a “dissolver” a ideia da população brasileira sobre os partidos políticos. O último “resquício” de agremiação partidária existente no Brasil, segundo o entendimento de Edisom, era o PT, mas caiu em desgraça ao se deixar levar pela corrupção institucional instalada no Brasil.

“Como os partidos se derreteram, então surgiu uma ideia muito forte de renovação, de ideias novas”, disse João Edisom. Porém, ideias novas não significam dizer “pessoas novas”, embora o professor não deixa de avalizar a necessidade de “sangue novo” na política. “Quanto mais experiência, mais fácil de ter uma ideia nova”, argumentou.

A mudança de nome, na avaliação do processo, é “puro modismo” e em nada beneficia os candidatos nas eleições de 2018. Em outros países, como França e Inglaterra, as agremiações políticas também mudaram de nome, mas para se “adequarem” a uma nova e realidade e não para “fugirem da corrupção e dos escândalos”.

Ainda segundo o cientista político, não haverá nenhum impacto nas próximas eleições, pois mais de 10 partidos terão nomes novos, mas sem nenhum diferencial evidente.  

“No tempo que a gente comprava carro e ficava com ele 30 anos, de vez em quando o dono mandava pintar e alguns mandavam mudar a cor do carro. Mas o motor é o mesmo, a suspensão é a mesma, a frenagem é a mesma, o estofamento é o mesmo. Ou seja, a tranqueira interna continua do mesmo jeito”, finalizou o professor João Edisom de Souza.  

Clique aqui e faça parte no nosso grupo para receber as últimas do HiperNoticias.

Clique aqui e faça parte do nosso grupo no Telegram.

Siga-nos no TWITTER e acompanhe as notícias em primeira mão.