O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP) considerou acertada a decisão do presidente Michel Temer (MDB) em determinar a desobstrução dos pontos de bloqueio nas estradas do país por manifestantes. Segundo Blairo Maggi, o protesto deixou de ser em virtude das reivindicações dos caminhoneiros e passou a ter motivação política. As declarações foram dadas em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira (30) à Rádio Capital FM.
"O movimento tem o objetivo de derrubar o governo que aí está, também não tem nenhum problema isso. Conversei abertamente com o presidente sobre esse assunto e então o governo precisa tomar a decisão ou ele desbloqueia essas estradas, faz com que as mercadorias cheguem e a economia volte a funcionar, ou de fato ele não tem como continuar. Ou a desobstrução, a economia voltar, ou o pescoço do presidente vai rolar", defendeu Maggi.
A paralisação chegou no 10º dia e uma força-tarefa foi criada para desobstrução das vias. Em Mato Grosso, desde a madrugada desta quarta-feira pelo menos cinco pontos de concentração já haviam sido dissipados pela ação de policiais rodoviários federais, policiais militares e Exército. O trabalho continua a fim de desmobilizar todos os pontos existentes no estado. Na noite desta terça o movimento já havia perdido força e foi registrada a redução de 30 pontos concentração para 27 no estado, conforme dados do Comitê Gestor de Crise.
Blairo Maggi lembrou que todos os anseios da categoria foram atendidos pelo governo federal e que inclusive as lideranças que participaram da mesa de negociações pediram o retorno ao trabalho.
"Os motoristas estão dizendo que hoje eles são reféns de pessoas que não fazem parte do movimento, não eram originalmente caminhoneiros e que tomaram conta do processo. É essa a informação que tem corrido por parte dos caminhoneiros e também da inteligência do governo, que hoje o movimento saiu da mão dos caminhoneiros e entrou na mão de outros que tem outras pautas políticas e não a dos caminhoneiros", reiterou.
Maggi aponta que se uma decisão mais forte não fosse tomada, a economia brasileira sofreria "asfixia". "Faltou combustível, começa a faltar ovo na prateleira do supermercado, falta carne, falta feijão, daqui a pouco estamos brigando por um quilo de feijão. Ora, que sociedade é essa, dentro de um país que é o terceiro maior produtor de alimentos do mundo e não consegue botar alimento na mesa das pessoas? Isso é inadmissível", ponderou.
O ministro lembrou que se o movimento continuar, a população vai perecer com aumento dos preços dos produtos ofertados. "Se querem derrubar o presidente da República, como parece que querem derrubar em um movimento político, a sociedade vai sofrer muito. Os preços dos alimentos vão subir, já estão subindo, o desabastecimento é bastante grande. Não estou reclamando da questão dos caminhoneiros, mas eles fizeram um movimento, foi atendido e eles mesmos disseram 'estamos prontos para ir embora e estamos reféns agora de baderneiros e pessoas que querem se aproveitar para fazer política'. Então, não justifica isso e é por isso que tem que repudiar e tem que forçar a liberação para que a economia volte ao normal".
Blairo Maggi aproveitou a oportunidade para comentar os pedidos de intervenção militar feitos por parcela dos manifestantes. "É um anseio de parte da sociedade, por exemplo, a volta dos militares. Querem uma ditadura no país. Eu não sou favorável a isso, não tem cabimento esse tipo de situação. Mas tem gente que defende que os militares voltando ao poder tudo se resolve. Daí vamos ter uma ditadura e vamos brigar para voltar para uma democracia. Uma coisa que demorou tanto tempo para se conquistar e agora querem botar fora. Isso é uma minoria, tenho certeza absoluta disso".
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