O governo do Estado convocou o coronel Denézio Pio da Silva para coordenar os trabalhos do Inquérito Policial Militar (Portaria nº 4/IPM/CorregPM/2017), que investiga uma série de interceptações telefônicas clandestina no âmbito da Policia Militar de Mato Grosso.
O retorno do militar para ativa consta no Diário Oficial de hoje (24). Este inquérito policial é o mesmo que embasou a decisão do juiz Marcos Faleiros, que determinou a prisão do ex-comandante da PM Zaqueu Barbosa e do cabo Gerson Luiz Ferreira Corrêa Júnior nesta terça-feira (23).
A investigação foi instaurada no último dia 15 de maio, um dia após a reportagem do Fantástico revelar os grampos ilegais no Estado.
Outra investigação em andamento sobre as interceptações telefônicas está na Delegacia Fazendária (Defaz).
Além do governo Taques, o Tribunal de Justiça (TJMT), Ministério Público Estadual (MPE) e a Procuradoria Geral da República (PGR) também investigam a denúncia.
Investigados
O coronel Zaqueu Barbosa e o cabo da PM Gerson Correa Junior são apontados como os principais operadores do núcleo de escutas telefônicas clandestinas que atuava desde 2014.
Gerson seria o responsável pelo pedido de quebra de sigilo telefônico de uma quadrilha de tráfico de drogas na comarca de Cáceres e que teria sido acatada pelo juiz Jorge Alexandre Ferreira. Ele é acusado de ter inserido os números telefônicos da deputada estadual Janaina Riva (PMDB), do desembargador aposentado José Ferreira Leite, um assessor do desembargador Marcos Machado e Kely Arcanjo Ribeiro Zen, filha do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, além de jornalistas, advogados e servidores públicos.
A denúncia foi oficializada à Procuradoria Geral da República (PRG) pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, em janeiro deste ano. Exatamente um ano e um mês após ter pedido demissão do cargo de secretário de Segurança Pública do Estado (Sesp).
Motivo
Zaque alega que pediu exoneração do cargo após informar o governador do caso e ter exigido a exoneração do ex-secretário Paulo Taques, do comandante geral da Policia Militar de Mato Grosso, coronel Zaqueu Barbosa e de outros policiais e o governador não ter aceitado.
Já Pedro Taques nega que tenha tido conhecimento dos fatos e determinou ao secretário de Segurança Pública (Sesp), Rogers Jarbas, que investigue os fatos. Jarbas já solicitou o fim do termo de cooperação entre a Sesp e o Gaeco na utilização do sistema “guardião”, responsável pelas escutas telefônicas.
Taques também decidiu realizar uma representação contra Mauro Zaque na Procuradoria-Geral de Justiça (PGJ) e no Conselho Nacional dos Ministérios Públicos (CNMP), por denúncia caluniosa, prevaricação e fraude em documentos públicos.
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